Relatório divulgado nessa segunda-feira (4) pelo Global Wind Energy Council (GWEC) mostrou que o Brasil subiu uma posição no ranking mundial de energia eólica onshore (em terra) e já é o sexto país com mais eólicas no planeta, totalizando 21,5 gigawatts (GW) de capacidade instalada. No topo do ranking, estão China (310,6 GW), Estados Unidos (134,3 GW), Alemanha (56,8 GW), Índia (40 GW) e Espanha (28,3 GW).
Denominado Global Wind Report 2022, o documento traça um mapa da indústria eólica no mundo e mostrou que o segmento teve o segundo melhor ano em 2021, com quase 93,6 GW de capacidade adicionada globalmente, 1,8% menor do que o crescimento de 2020. Agora a capacidade total acumulada de energia eólica é de 837 GW.
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Apesar do forte avanço no período, o levantamento aponta que o crescimento precisa quadruplicar até o fim da década se o mundo quiser permanecer na rota de combate ao aquecimento global e de zerar emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2050.
“A indústria eólica continua a se desenvolver e performar, mas alavancar o crescimento ao nível necessário para zerar as emissões líquidas dos gases de efeito estufa e alcançar a segurança energética exigirá uma abordagem nova e mais proativa para a formulação de políticas em todo o mundo”, diz presidente do GWEC, Ben Backwell.
Segundo o executivo, alavancar o crescimento ao nível necessário para zerar as emissões líquidas dos gases de efeito estufa e alcançar a segurança energética exigirá uma abordagem nova e mais proativa para a formulação de políticas em todo o mundo.
Neste contexto, o Brasil se destaca como o terceiro país no mundo que mais instalou eólicas, repetindo o ano de 2020, e ficando atrás apenas de China e Estados Unidos. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, avalia que a fonte vem crescendo de forma sustentada e eficiente na matriz elétrica brasileira.
É uma indústria que tem atuado de forma muito eficiente ao longo dos próximos anos e que tem alcançado resultados cada vez melhores, com um crescimento não apenas no mercado regulado, mas com forte expansão no mercado livre. Estamos agora com 21,5 GW e 795 parques eólicos. Já são mais de 9 mil aerogeradores em operação e somos a segunda fonte da matriz elétrica. Considerando o que já temos em contratos assinados, vamos chegar a 2026 com pelo menos 36 GW”, prevê.
Já o segmento offshore (em alto mar) teve o melhor ano na história com 21,1 GW comissionados. Isso representa três vezes mais do que no ano anterior. O ano gigantesco de instalações offshore da China foi responsável por 80% deste crescimento, ajudando-a a ultrapassar o Reino Unido como o maior mercado eólico offshore do mundo em instalações cumulativas.
O Brasil ainda não tem usinas eólicas operando em alto mar, porém o licenciamento no Ibama de parques eólicos offshore no Brasil ultrapassou os 106 GW. A Abeeólica projeta que em 2023 possam acontecer os primeiros leilões.
Fonte: Valor