SÃO PAULO - A Braskem continua em negociação com a Petrobras sobre a renovação do contrato de fornecimento da nafta, matéria-prima de seus produtos petroquímicos, informou nesta sexta-feira Carlos Fadigas, presidente do grupo. Na opinião do executivo, uma solução para o impasse é muito difícil, mas a estatal se mostra “dedicada e empenhada”.
Um ponto que foi garantido durante teleconferência com analistas e investidores para discutir os resultados do segundo trimestre foi que não haverá retroatividade em um novo acordo sobre a nafta. Segundo o presidente da companhia, não há nenhuma chance de novos preços valerem para o período desde fevereiro, quando o contrato venceu originalmente.
“Nossos clientes estão preocupados com essas discussões, o ambiente é adverso e estamos enfrentando dificuldades [para chegar à solução]. Mas há boa vontade de ambas as partes”, garantiu o executivo-chefe, que busca novos termos de mais longo prazo com a petrolífera.
Em fevereiro, a Petrobras renovou o contrato de fornecimento da matéria-prima para a Braskem por apenas seis meses. O atual acordo vale até o fim de agosto e há dúvidas sobre o potencial aumento de preços da nafta. O Valor apurou que a produção na unidade paulista da empresa pode ser parada se o insumo se encarecer, além da manutenção prevista.
Quanto à paralisação já programada para a central do ABC paulista, Fadigas crê que a produção ficará interrompida por cerca de 35 dias, mas não vai reduzir fortemente os volumes totais do grupo. Além disso, no Rio de Janeiro, o presidente da petroquímica informou que o abastecimento de gás natural já melhorou e resultou em utilização adicional de capacidade.
No segundo trimestre, a taxa de uso da capacidade caiu 1 ponto percentual ante os três primeiros meses do ano, para 84%, em grande parte por causa desse menor suprimento do combustível pela Petrobras no Estado fluminense.
(Fonte: Valor Econômico\Renato Rostás)
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