Há um ano, os coreanos não figuravam sequer entre as dez principais nacionalidades com o maior número de autorizações concedidas para trabalhar no Ceará. Hoje, aparecem na liderança, ultrapassando países que já têm certa tradição em figurar no Estado, como Portugal, Itália e Espanha. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no primeiro semestre de 2012, 66 profissionais da Coreia do Sul receberam o aval para exercer suas funções em terras cearenses. Para portugueses, foram 65 autorizações; e italianos obtiveram 57.
O motivo para a chegada de tantos trabalhadores provenientes do país asiático ao Estado é a construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que tem como responsável pela obra a Posco Engenharia e Construção, empresa coreana. Além disso, a Dongkuk, também da Coreia do Sul, faz parte da joint-venture que compõe a CSP.
Os primeiros 25 trabalhadores coreanos aterrissaram em fevereiro deste ano, acompanhados dos familiares, já em busca de escolas para os filhos. A escolha por eles se deve ao fato de já possuírem experiência no setor siderúrgico, já que a Posco é a terceira maior produtora de aço do mundo.
A Posco Engenharia e Construção já informou, inclusive, que há a expectativa de ter, morando e trabalhando no Estado, 100 coreanos até o fim deste ano, para ocupar diversas funções relacionadas ao projeto e à construção da siderúrgica.
Ao todo, o Ceará obteve 348 autorizações (entre permanentes e temporárias) do Ministério do Trabalho para estrangeiros, de janeiro a junho, valor superior aos registrados nos últimos três anos.
Só o 4º do Nordeste
O número, contudo, ainda é baixo se comparado aos de outros estados nordestinos. O Rio Grande do Norte, por exemplo, recebeu, no primeiro semestre 568 trabalhadores, o maior contingente da região. A Bahia contabilizou 465 liberações, enquanto Pernambuco teve 357.
O Ministério do Trabalho lembra que são considerados nesses dados apenas os profissionais cujas empresas pediram as autorizações ou ainda investidores (pessoas físicas). Portanto, trabalhadores vindos do exterior em busca de emprego, por exemplo, não entram nas estatísticas.
Investidores
Do total de estrangeiros que chegam para trabalhar, os investidores têm destaque. Somente no primeiro semestre, 82 liberações foram concedidas para esse tipo de profissional, contra somente 51 de igual período do ano passado. Este é o segundo maior número do País, posição que vem sendo conseguida pelo Estado nos últimos três anos. Só São Paulo fica acima, com 154 investidores.
Já o montante investido por estes estrangeiros no Ceará foi de R$ 15,6 milhões no primeiro semestre, abaixo apenas de São Paulo (R$ 29,1 milhões), Rio Grande do Norte (R$ 19,5 milhões) e Bahia (também R$ 19,5 milhões).
Quanto à autorização de trabalho permanente de janeiro a junho de 2012, o Estado ficou na terceira posição do País, com 99 concedidas.
No País
De acordo com o MTE, no País, o volume de autorizações de trabalho de estrangeiros subiu 24% no primeiro semestre deste ano na comparação com o igual período de 2011. De acordo com o levantamento, 32.913 profissionais obtiveram permissão para atuar no País na primeira metade deste ano, das quais 29.065 são temporárias e 3.848, permanentes. De janeiro a junho de 2011, o total foi de 26.545 concessões. Das autorizações permanentes concedidas nos primeiros seis meses deste ano, 2.608 foram permissões de residência em caráter humanitário, das quais 2.154 a haitianos. O trabalho a bordo de embarcação ou plataforma internacional continua absorvendo a maioria dos estrangeiros. O setor teve autorização para 8.257 profissionais.
Total
348 autorizações (entre permanentes e temporárias) foram concedidas pelo Ministério do Trabalho no Ceará, entre janeiro e junho deste ano.
Fonte: Diário do Nordeste / Victor Ximenes
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