Apesar de não serem alvo direto das sanções impostas por União Europeia e Estados Unidos à Rússia, em retaliação à invasão da Ucrânia, os preços de alimentos voltaram a disparar. A cotação do trigo na Bolsa de Chicago chegou a subir 7,6%, atingindo o limite máximo de variação no dia e alcançando a cotação recorde de US$ 10,59 por bushel, a maior desde a crise financeira global de 2008.
Comercializadores de grãos, bancos e empresas de transporte marítimo têm evitado intermediar e embarcar grãos russos, por medo de infringirem as sanções impostas pelo Ocidente. Apesar de EUA e países europeus terem poupado alimentos e energia das sanções, a intricada rede de negócios entre bancos, transportadores e exportadores dificulta que as empresas tenham claro até onde podem ir em suas operações na Rússia.
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As empresas tentam também preservar sua reputação evitando fazer negócios com o regime do presidente russo Vladimir Putin. E há ainda o temor de que novas sanções afetem até essas áreas sensíveis de alimentos e energia.
- Os mercados estão agora se ajustando ao que pode ser um novo capítulo da guerra. Coisas que uma semana atrás eram inimagináveis não são tão improváveis agora – resumiu Paul Horsnell, chefe de pesquisa em commodities do Standard Chartered.
Além do trigo, também o milho subiu mais, chegou a subir 2,8% e atingir o maior patamar desde 2013.
A guerra russa na Ucrânia vai pressionar os preços de commodities num momento em que vários países do mundo enfrentam sua maior inflação em décadas e que a cadeia global de suprimentos ainda não se normalizou após o caos provocado pela pandemia de Covid.
A Rússia é o maior exportador de energia do mundo, um importante fornecedor de commodities metálicas e, junto com a Ucrânia, responde por 25% dos embarques mundiais de trigo.
Fonte: O Globo