A colheita brasileira de grãos deverá atingir o recorde de 258,9 milhões de toneladas em 2022, 2,3% acima de 2021 (5,7 milhões de toneladas), segundo novo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até agora, nas contas do órgão, o maior volume produzido foi em 2020 (255,4 milhões de toneladas).
Na comparação com a previsão divulgada no mês passado, a de hoje é 1% menor (recuo de 2,7 milhões de toneladas).
O IBGE informou que é esperada queda de 13,9% na produção de soja ante 2021, para 116,2 milhões de toneladas, e alta de 27,4% para o milho, para 111,9 milhões de toneladas. Para o arroz, a estimativa é de 10,7 milhões de toneladas, retração de 8% ante safra anterior.
Somados, soja, milho e arroz representam 92,2% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida.
A nova LSPA aponta que a área total a ser colhida chegará a 71,8 milhões de hectares, com alta de 4,7% frente 2021 (mais 3,2 milhões de hectares) e 555,6 mil hectares a mais ante projeção anterior (+ 0,8%).
Na comparação dos resultados da pesquisa divulgada hoje e a do mês anterior, o instituto destacou variações positivas nas seguintes estimativas de produção: cevada (11,4%, ou 46,4 mil toneladas), trigo (9,6%, ou 697,6 mil toneladas), milho 2ª safra (4,9%, ou 4,1 milhões de toneladas), feijão 2ª safra (4,5%, ou 58,8 mil toneladas), algodão herbáceo em caroço (3,7%, ou 231,7 mil toneladas), aveia (3,3%, ou 32,4 mil toneladas), feijão 1ª safra (2%, ou 23,7 mil toneladas), feijão 3ª safra (1,7%, ou 9,9 mil toneladas), café canephora (1,7%, ou 17,1 mil toneladas) e café arábica (0,6%, ou 14,3 mil toneladas).
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Em contrapartida, houve quedas nas estimativas de produção de uva (9,5%, ou 155,6 mil toneladas), soja (5,6%, ou 6,8 milhões de toneladas), milho 1ª safra (3,8%, ou 965,6 mil toneladas) e tomate (1,9%, ou 69,5 mil toneladas).
Soja
A nova estimativa do IBGE para a produção de soja (116,2 milhões de toneladas) é 5,6% menor que anterior, o que puxou o volume total para baixo na comparação.
De acordo com o gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, a queda se deve aos problemas climáticos enfrentados em importantes regiões produtoras da região Sul.
“Houve uma estiagem que durou de novembro do ano passado até janeiro deste ano e isso prejudicou muito a safra do Rio Grande do Sul e do Paraná”, lembra.
Com a quebra da safra dos estados do Sul, Goiás deverá se tornar o segundo maior produtor nacional de soja, atrás apenas de Mato Grosso, que responde por quase um terço da produção brasileira da oleaginosa.
Já o Paraná e o Rio Grande do Sul, marcados pelos problemas de estiagem, devem produzir 41,1% e 53,5% menos soja do que a safra anterior, respectivamente. Com as perdas, a participação da soja no volume total de grãos deve cair para 44,9%, segundo o IBGE.
Fonte: Valor