A balança comercial registrou, em outubro, um superávit de US$ 5,473 bilhões, resultado de US$ 17,855 bilhões em exportações e US$ 12,383 bilhões de importações. O saldo positivo só foi possível porque as compras externas tiveram uma queda de 20% em relação ao mesmo mês de 2019, enquanto as vendas ao exterior tiveram um pequeno aumento de 0,3%.
A balança comercial é superavitária quando as exportações superam as importações. Do contrário, o comércio exterior fica deficitário.
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Com menos importações, a corrente de comércio (soma das exportações com as compras externas) também diminuiu. No mês passado, o fluxo foi de US$ 36,604 bilhões, valor 9,1% abaixo do verificado em outubro de 2019.
O Brasil importou 66,8% a menos de minério de cobre, petróleo (-45,2%) e gás natural (-43,8%). Também houve queda de 73,3% nos gastos com produtos siderúrgicos, óleos em combustíveis (-49,4%) e automóveis (-34,4%). Só houve alta, de 3%, nas compras de produtos agropecuários.
— Apesar da queda em outubro, a trajetória das importações é ascendente desde junho. Há recuperação gradual do montante de importações — disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, acrescentando que as importações foram bastante afetadas pela pandemia de Covid-19.
Nas exportações, houve crescimento de 4,7% nas vendas da indústria de transformação e de 7,2% na indústria extrativa. Já os embarques de produtos agropecuários, como soja, caíram 20,6%, devido à entrada da entressafra. A maior parte das exportações de bens agrícolas ocorreu até setembro.
No ano, há um superávit acumulado de US$ 47,662 bilhões, ante um saldo negativo de US$ 38,524 bilhões nos dez primeiros meses do ano passado. As exportações, de US$ 174,379 bilhões, caíram 6,5% e as importações, que ficaram em US$ 126,717 bilhões, tiveram uma queda maior, de 14,7%. De janeiro a outubro deste ano, a corrente de comércio somou US$ 301,096 bilhões, uma redução de 10,1% ante o mesmo período de 2019.
À exceção dos países da Ásia — com destaque para a China, que aumentou em 12,1% as compras de produtos como soja e minérios — as exportações brasileiras caíram para os principais mercados nos dez primeiros meses do ano. Tradicionais compradores de produtos industrializados do Brasil, os Estados Unidos reduziram as encomendas em 29,6% e a América do Sul, 22,1%. As vendas para a Europa diminuíram 10,3%.
Arroz
Em vigor desde o início de setembro, como forma de forçar os produtores a reduzirem o preço do produto, a redução a zero da tarifa de importação de arroz não teve impacto significativo na balança comercial brasileira. Os principais fornecedores continuam sendo os países do Mercosul, cujo comércio não tem Imposto de Importação. Em outubro, houve uma queda de 54% na compras de arroz com casca e um aumento de 114% nas aquisições de arroz sem casca.
Fonte: O Globo