Em sintonia com as primeiras projeções feitas pelo mercado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também antevê uma safra maior de cana-de-açúcar no país neste ciclo 2015/16, iniciado oficialmente em 1º de abril no Centro-Sul. Nas estimativas da autarquia, o país deve produzir 37,3 milhões de toneladas de açúcar em 2015/16 - um aumento de 5%, ou 1,8 milhão de toneladas, em relação ao volume de 2014/15.
O Centro-Sul, que no último ciclo produziu 32 milhões de toneladas da commodity, tende a elevar a oferta em 2015/16 para 33,7 milhões de toneladas, um aumento de 5,4%, conforme o primeiro levantamento da Conab referente à temporada.
O aumento da produção de açúcar no país, apesar das cotações depreciadas da commodity, se deve à maior produtividade da cana, beneficiada pelo clima favorável no primeiro trimestre do ano. A estatal previu um volume de colheita de 654,6 milhões de toneladas, acréscimo de 3,1% - ou 19,8 milhões de toneladas - em relação à safra 2014/15. Para o Centro-Sul, a projeção é de moagem de 592,7 milhões de toneladas, 3% ou 17 milhões de toneladas de elevação.
No país, 43,8% do Açúcar Total Recuperável (ATR) da cana devem ser direcionados à fabricação do açúcar. No Centro-Sul, esse mix deve ficar em 43,2%, conforme a Conab. Do total de cana colhida, 56,2% será destinada à produção de etanol. E a produção do biocombustível deve crescer 1,9%, para 29,2 bilhões de litros.
Para a Conab, a produção de anidro é a que mais vai crescer em 2015/16, dado o aumento do percentual de mistura na gasolina, de 25% para 27%. Nas estimativas da estatal, a elevação será de 1 bilhão de litros, para 12,73 bilhões de litros. Para o etanol hidratado, utilizado diretamente no tanque dos veículos, a expectativa é de redução de 2,8% na produção, para um total de 16,46 bilhões de litros.
Para chegar a esses números, a Conab levou em conta uma área de cultivo de 9,07 milhões de hectares no país, sendo que o acréscimo na área em relação a 2014/15 foi de 0,7%, ou 65,9 mil hectares. O diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Cid Caldas, disse ontem que a baixa expansão de área é preocupante e que a Pasta negocia com o BNDES a manutenção da linha de crédito Prorenova, que financia renovação de canaviais e que, em anos anteriores, ofertou R$ 4 bilhões.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pressinott e Cristiano Zaia | De São Paulo e Brasília
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