Brasília - A safra de café para o biênio 2011/2012 deverá ser de 43,15 milhões de sacas, o melhor resultado para ciclos de baixa produtividade desde o período de 1999/2000. A previsão consta do terceiro levantamento feito este ano pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje (13).
As lavouras de café alternam a cada ano ciclos de baixa e de alta produtividade. Para esta safra, a expectativa é queda de 10,3% em relação ao ciclo anterior, fechado no ano passado, com a redução de 4,94 milhões de sacas. A Conab avalia que a perda decorre da estiagem verificada entre janeiro e fevereiro deste ano em Minas Gerais, na Bahia e em Rondônia.
O diretor do Departamento do Café, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone, disse que o setor está em alerta por causa da estiagem. Caso não chova na época de floração, que ocorre este mês e em outubro, poderá haver redução na produção do próximo ciclo. Ele explicou ainda que o produtor brasileiro mantém uma tática equilibrada no plantio, pois se ficar acima do ideal provoca baixa nos preços de mercado. No momento, segundo ele, há equilíbrio entre os custos de produção e o resultado das vendas.
"O Brasil é o país que assegura a melhor estabilidade de produção e de preços para o café, atualmente, no mercado mundial", destaca Bertone. O parque cafeeiro nacional, no entanto, já "está velho", por isso ele recomenda que os agricultores adotem procedimentos de podas, uma vez que lançar mão de terras novas requer espera de resultados para três anos depois.
A maior redução de produção para o ciclo atual se refere ao café arábica, com queda de 13,4% (4,93 milhões de sacas), devendo a produção da variedade conilon ficar em 0,1%, equivalente a 8,6 mil sacas. Os estoques privados somam atualmente 9,2 milhões de sacas, 3,29% superiores a 2010 (8,9 milhões de sacas). O levantamento da Conab foi feito entre 14 e 27 de agosto em Minas Gerais, no Espírito Santo, em São Paulo, na Bahia, no Paraná, em Rondônia e no Rio de Janeiro, estados responsáveis por 98% da produção nacional.
Fonte: Agência Brasil/Lourenço Canuto
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