Uma das dez empresas com maior valor de mercado do setor de siderurgia e mineração do mundo, a CSN planeja crescer nos próximos anos com base em uma estratégia pautada em investimentos no setor de aço, mineração, energia, logística e cimento. Ao longo dessa trajetória, a empresa estuda separar cada um dos negócios e pode fazer a abertura de capital de cada unidade ou firmar uma aliança com um parceiro estratégico, alinhada à sua meta de criação de valor para o acionista. Como tem repetido o presidente da empresa, Benjamim Steinbruch, a intenção é mostrar que a soma das partes da companhia - que se consolidaria como uma holding - é maior que o todo.
Em mineração, a CSN, que é autossuficiente no setor, com destaque para a produção de sua mina Casa de Pedra, está colocando em prática planos ambiciosos, que poderão ampliar suas vendas para terceiros e a participação do segmento em seu faturamento: ano passado, o minério respondeu por 16% de sua receita líquida, sendo que há três anos o percentual era 6%. Em 2009, a produção de produtos acabados na mina de Casa de Pedra atingiu 17,1 milhões de toneladas, enquanto na Namisa, que reúne a CSN e um consórcio de empresas asiáticas, atingiu 5,5 milhões de toneladas de minério. A venda de mais de 22 milhões de toneladas - 22% acima de 2008 - teve como principal destino o exterior, que respondeu por 97% do volume de minério comercializado.
Sexta maior produtora de minério de ferro do mundo e segunda maior exportadora do produto no Brasil, a CSN está investindo pesado para ampliar sua produção e vendas. "No segundo semestre, com a expansão da mina de Casa de Pedra, deveremos chegar a um ritmo de produção de 40 milhões de toneladas de minério de ferro", afirma o diretor financeiro, Paulo Penido. Em paralelo, estão sendo aplicados recursos para ampliar a capacidade do porto de Itaguaí (RJ), para exportar 38 milhões de toneladas de minério nesse ano.
A expansão em mineração não vai parar por aí: a partir de 2013, a empresa pretende tornar-se a quarta maior mineradora do mundo, com uma produção, entre Namisa e mina Casa de Pedra, de 84 milhões de toneladas anuais. Para aumentar a musculatura da empresa no cenário internacional de minério, a CSN negocia com seus sócios asiáticos a fusão da mina com a Namisa - nesta última a CSN detém 60% de participação -, com o restante na mão dos parceiros, que adquiriram essa fatia por US$ 3,08 bilhões no fim de 2008.
Com a reunião dos ativos de mineração e logística (parte do porto de Sepetiba e a participação de 32% da CSN na MRS) sob um mesmo guarda-chuva, uma das possibilidades analisadas é a abertura de capital dessa unidade de negócios, um negócio que pode envolver de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões, segundo analistas, e ser a maior operação no Brasil e uma das maiores do mundo neste ano. Por ser o segmento mais maduro, a unidade de mineração e logística poderia ter a abertura de parte de seu capital antecipada em relação aos outros negócios do grupo.
A alta complementaridade com a siderurgia tem atraído a atenção da empresa para o setor de cimento, que abastece toda a indústria de construção civil, que tem potencial para crescer 5% ao ano no Brasil nesta década, o que pode fazer o consumo de cimento no Sudeste aumentar cerca de 1 milhão de toneladas ao ano. Em maio de 2009, a CSN ingressou no segmento com o início da operação de uma unidade em Volta Redonda (RJ), junto à Usina Presidente Vargas. Foram produzidas e comercializadas 338 mil toneladas de cimento. Para este ano, a intenção é ampliar a produção para cerca de um milhão de toneladas, número que irá crescer e poderá chegar a 2,5 milhões de toneladas em 2012. Subproduto da fabricação de aço nos altos fornos de uma usina, a escória é a principal matéria-prima para o cimento, o que confere competitividade à CSN.
A CSN poderá investir US$ 800 milhões na construção de três novas unidades de cimento - no Sul, Centro-Oeste e Nordeste.
Fonte: Valor Econômico/ Roberto Rockmann, para o Valor, de São Paulo
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