Benjamin Steinbruch tenta comprar as ações da Camargo Corrêa e da Votorantim para se tornar maior acionista da siderúrgica
SÃO PAULO - Depois de um ano de cerco à Usiminas, Benjamin Steinbruch, dono da CSN, finalmente deu o bote: o empresário fez uma proposta de compra da fatia de 26% que Camargo Corrêa e Votorantim têm na siderúrgica. A oferta foi feita semanas atrás, mas Steinbruch ainda não obteve resposta, disseram ao ‘Estado’ fontes que participam do processo. Eles não quiseram informar o valor da proposta.
Camargo e Votorantim ainda não definiram se levam a conversa com Steinbruch adiante ou não. Mas não descartam a alternativa e já avisaram a multinacional japonesa Nippon Steel - que faz parte do bloco de controle da Usiminas junto com eles. Pelo acordo de acionistas, a Nippon Steel tem preferência na compra, caso os sócios decidam negociar suas participações.
"A Nippon foi informada de que existe uma proposta, para que possa opinar a respeito. Mas ainda não se entrou na fase de discutir o direito de preferência. Não há nada oficializado", diz uma fonte envolvida na operação. "Os japoneses pediram um tempo para estudar a situação."
Dona de 27,8% da Usiminas, a Nippon Steel não veria com simpatia a ideia de ter Steinbruch como sócio na siderúrgica. Eles já tiveram problemas na mineradora Namisa, onde eram parceiros. Na tentativa de conseguir outro candidato à compra das ações, os japoneses teriam iniciado uma aproximação com o grupo Gerdau, que controla a Açominas, siderúrgica que teria sinergia com a Usiminas. Em público, a Gerdau vem negando que tenha interesse na Usiminas.
A negociação com a Usiminas é uma operação complicada. Mesmo que a Nippon Steel queira exercer o direito de preferência, o governo poderia não ver com bons olhos a concentração do controle nas mãos dos japoneses. Em 2009, quando a Vale quis vender a participação que tinha na Usiminas à Nippon Steel, o BNDES, sócio da mineradora, foi contra. Ele só liberou a venda depois que Camargo e Votorantim aceitaram comprar a fatia da Vale junto com os japoneses.
Procuradas, Camargo Corrêa e Votorantim não se pronunciaram. A CSN afirmou que movimentos relacionados à Usiminas serão informados por meio de comunicado ao mercado ou fato relevante, quando for o caso. Representantes da Nippon não foram localizados.
Assédio. O assédio de Steinbruch à Usiminas começou de maneira aparentemente despretensiosa no ano passado, mas foi avançando até se tornar um dos movimentos empresariais que hoje mais chama a atenção do mercado. O empresário já admitiu publicamente que gostaria de entrar no bloco de controle da Usiminas. Como não tinha espaço para negociar com os controladores da empresa, começou a se movimentar por fora.
No ano passado, ele iniciou um agressivo plano de compra de papéis da siderúrgica no mercado, até atingir 15,15% das ações preferenciais e 11,29% das ordinárias, no fim de agosto. Essas participações, no entanto, estão fora do bloco de controle. Se Steinbruch conseguisse comprar as participações da Camargo Corrêa e da Votorantim, se tornaria o maior acionista individual da Usiminas, posição hoje ocupada pela Nippon.
Até agora, os planos de Steinbruch vinham enfrentando resistência dos controladores da Usiminas. No primeiro semestre deste ano, ele já tinha tentando, sem sucesso, iniciar conversa firmes com Camargo e Votorantim. Também teria tentando uma aproximação fracassada com a Nippon Steel.
De acordo com pessoas que participam do processo, meses atrás Steinbruch tentou marcar um encontro com executivos da Nippon no Japão, mas sua abordagem foi recusada. Teria apelado, então, para o presidente do Conselho de Administração da siderúrgica japonesa, que também não quis conversa.
Depois de um ano de cerco à Usiminas, Benjamin Steinbruch, dono da CSN, finalmente deu o bote: o empresário fez uma proposta de compra da fatia de 26% que Camargo Corrêa e Votorantim têm na siderúrgica. A oferta foi feita semanas atrás, mas Steinbruch ainda não obteve resposta, disseram ao ‘Estado’ fontes que participam do processo. Eles não quiseram informar o valor da proposta.
Camargo e Votorantim ainda não definiram se levam a conversa com Steinbruch adiante ou não. Mas não descartam a alternativa e já avisaram a multinacional japonesa Nippon Steel - que faz parte do bloco de controle da Usiminas junto com eles. Pelo acordo de acionistas, a Nippon Steel tem preferência na compra, caso os sócios decidam negociar suas participações.
"A Nippon foi informada de que existe uma proposta, para que possa opinar a respeito. Mas ainda não se entrou na fase de discutir o direito de preferência. Não há nada oficializado", diz uma fonte envolvida na operação. "Os japoneses pediram um tempo para estudar a situação."
Dona de 27,8% da Usiminas, a Nippon Steel não veria com simpatia a ideia de ter Steinbruch como sócio na siderúrgica. Eles já tiveram problemas na mineradora Namisa, onde eram parceiros. Na tentativa de conseguir outro candidato à compra das ações, os japoneses teriam iniciado uma aproximação com o grupo Gerdau, que controla a Açominas, siderúrgica que teria sinergia com a Usiminas. Em público, a Gerdau vem negando que tenha interesse na Usiminas.
A negociação com a Usiminas é uma operação complicada. Mesmo que a Nippon Steel queira exercer o direito de preferência, o governo poderia não ver com bons olhos a concentração do controle nas mãos dos japoneses. Em 2009, quando a Vale quis vender a participação que tinha na Usiminas à Nippon Steel, o BNDES, sócio da mineradora, foi contra. Ele só liberou a venda depois que Camargo e Votorantim aceitaram comprar a fatia da Vale junto com os japoneses.
Procuradas, Camargo Corrêa e Votorantim não se pronunciaram. A CSN afirmou que movimentos relacionados à Usiminas serão informados por meio de comunicado ao mercado ou fato relevante, quando for o caso. Representantes da Nippon não foram localizados.
Assédio. O assédio de Steinbruch à Usiminas começou de maneira aparentemente despretensiosa no ano passado, mas foi avançando até se tornar um dos movimentos empresariais que hoje mais chama a atenção do mercado. O empresário já admitiu publicamente que gostaria de entrar no bloco de controle da Usiminas. Como não tinha espaço para negociar com os controladores da empresa, começou a se movimentar por fora.
No ano passado, ele iniciou um agressivo plano de compra de papéis da siderúrgica no mercado, até atingir 15,15% das ações preferenciais e 11,29% das ordinárias, no fim de agosto. Essas participações, no entanto, estão fora do bloco de controle. Se Steinbruch conseguisse comprar as participações da Camargo Corrêa e da Votorantim, se tornaria o maior acionista individual da Usiminas, posição hoje ocupada pela Nippon.
Até agora, os planos de Steinbruch vinham enfrentando resistência dos controladores da Usiminas. No primeiro semestre deste ano, ele já tinha tentando, sem sucesso, iniciar conversa firmes com Camargo e Votorantim. Também teria tentando uma aproximação fracassada com a Nippon Steel.
De acordo com pessoas que participam do processo, meses atrás Steinbruch tentou marcar um encontro com executivos da Nippon no Japão, mas sua abordagem foi recusada. Teria apelado, então, para o presidente do Conselho de Administração da siderúrgica japonesa, que também não quis conversa.
Fonte: David Friedlander, de O Estado de S. Paulo
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