Volta Redonda e São Paulo - A CSN foi, segundo informações veiculadas na imprensa nacional, a única empresa a se apresentar em uma chamada de interessados promovida pela Eletronorte com o objetivo de encontrar parceiros interessados na formação de um consórcio para o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, que será a segunda maior do Brasil, depois de Itaipu, e vai ocupar partes de cinco municípios do estado do Pará. A Companhia não confirmou nem negou a informação.
Belo Monte é a segunda maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o investimento na sua construção é estimado em R$ 19 bilhões. A garantia a ser dada pelo consórcio para participação no leilão seria de R$ 190 milhões - correspondentes a 1% do valor da obra. A Companhia não confirmou nem negou a informação.
As inscrições para o leilão propriamente dito terminam amanhã, e há uma menos interessados do que se esperava, porque o governo estabeleceu um preço máximo de R$ 83 por megawat/hora para a venda da energia gerada por Belo Monte. Vence o consórcio que apresentar o menor preço para a energia, respeitado o limite máximo definido pelo governo - no caso, a decisão foi do Tribunal de Contas da União (TCU).
O valor definido pelo TCU para Belo Monte fica abaixo do estabelecido para as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, ambas no Rio Madeira, em Rondônia. Em Santo Antônio o teto foi R$ 122 MWh e o preço final foi R$ 78,87 MWh, e em Jirau o teto foi de R$ 91 MWh e o preço final foi R$ 71,40 MWh.
CSN tem estratégia de diversificação
A participação em um empreendimento do porte de Belo Monte, que terá capacidade para gerar 11.233 megawatts de energia, está de acordo com a estratégia desenhada pelo presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, de dar "musculatura" às diversas unidades de negócio do grupo CSN para depois abrir seu capital separadamente. Uma dessas unidades seria a CSN Energia, que ganharia muito em porte com a participação em Belo Monte.As outras unidades seriam a CSN Siderurgia, CSN Cimentos, CSN Logística e CSN Mineração.
A CSN Siderurgia é hoje o ramo de atuação principal da empresa, que inclui, além da Usina Presidente Vargas, a GalvaSud, que está sendo incorporada à CSN, a Inal - distribuidora de aço - a CSN LLC, nos Estados Unidos, a Lusosider, em Portugal, a CSN Aços Longos, também em Volta Redonda, em construção, e projetos para mais duas siderúrgicas, uma em Itaguaí e outra perto da mina de Casa de Pedra, em Minas Gerais. Existe ainda um projeto para ampliar a capacidade de produção de aços planos em Volta Redonda.
A CSN Cimentos inclui a fábrica de Volta Redonda e outras três projetadas para o Brasil, além de uma possível compra da segunda maior cimenteira do país, pertencente ao grupo João Santos, com sede em Pernambuco.
A CSN Logística reúne os ativos da CSN na área de ferrovias - a empresa tem participação na MRS Logística e é dona da Transnordestina - e de portos, como os terminais operados no Porto de Itaguaí.
A CSN Mineração vai incluir, além de 60% da Namisa, os ativos de Casa de Pedra. A Companhia estuda ainda se vai fundir a Namisa com Casa de Pedra ou se vai abrir o capital da mina separadamente da mineradora.
Fonte: Diário do Vale
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