O custo de captação da Petrobras no mercado internacional voltou a cair, em decorrência da melhora da situação financeira da empresa e também da percepção de risco do Brasil lá fora. A estatal reabriu ontem bônus com vencimentos em 2022, 2027 e 2044, captando US$ 4 bilhões a taxas bem menores que as dos últimos lançamentos e com prazos mais dilatados.
Mesmo com a redução do retorno aos investidores, a demanda pelos papéis chegou a US$ 20 bilhões. A Petrobras, no entanto, decidiu captar apenas US$ 4 bilhões, provavelmente porque acredita que vá conseguir taxas ainda menores no futuro.
PUBLICIDADE
Para o papel com prazo de cinco anos, a estatal colocou no mercado volume adicional de US$ 1 bilhão, com retorno para o investidor de 4,875% ao ano. No início deste ano, esse mesmo bônus foi emitido a 6,125%. No ano passado, a companhia lançou duas vezes títulos de mesmo prazo a taxas bem mais altas - 8,625% em maio e 7,875% em julho.
A petroleira também reabriu emissão feita no início deste ano com vencimento em 2027 e captou US$ 2 bilhões. O retorno para quem comprou o papel ficou em 6%, abaixo dos 7,375% pagos em janeiro.
Um dos destaques da operação concluída ontem foi a reabertura dos papéis com vencimento em 2044, a partir de uma oferta feita em 2014, quando o Brasil ainda tinha o grau de investimento (o selo de bom pagador). Ainda assim, a Petrobras conseguiu reduzir o custo de captação. O retorno pago aos investidores caiu de 7,319% há três anos para os atuais 7% ao ano. Para esse prazo, a estatal levantou US$ 1 bilhão.
Os recursos devem ser usados para recomprar títulos de três emissões com vencimento em 2018. O primeiro é denominado em euro, vence em janeiro de 2018 e tem taxa de 2,75% ao ano. O segundo é denominado em dólar, vence em março e a taxa é de 5,875%. O último é denominado em euro e também vence em março de 2018, com taxa de 4,875%. O estoque desses bônus é de € 1,11 bilhão e US$ 545 milhões.
Fonte: Valor