A Conab trouxe preocupação para o mercado de milho nesta quarta-feira (13). Pelos dados atuais do órgão, produção e importação caem, enquanto consumo interno e exportação sobem. O resultado seria menos produto no mercado.
O consumo interno, em ritmo crescente, deverá ir a 72 milhões de toneladas neste ano, 5% mais. Pelos números atuais, os estoques finais desta safra cairiam para apenas 7,3 milhões de toneladas, 33% menos do que na anterior. Se concretizado, será o menor volume desde 2016.
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Os dados da Conab refletem um cenário apertado porque levam em consideração a queda de produção na primeira safra do cereal, mas ainda não incluem os números do esperado aumento de área na safrinha. Esta, apesar do nome, passou a ser a principal do país em volume produzido.
A safra de verão, menos importante atualmente, foi afetada por clima ruim, e consequente redução de produtividade. A produção gaúcha deve recuar para apenas 3,6 milhões de toneladas, 37% menos do que era previsto inicialmente.
Quando a empresa incluir em suas previsões as informações da safrinha deste ano, o que deverá ocorrer em fevereiro, esse quadro vai mudar.
Os preços favoráveis aos produtores levarão a um aumento de área, e a safra total do ano, prevista atualmente em 102 milhões de toneladas, deverá ficar entre 107 a 110 milhões de toneladas.
Claro que a safrinha ainda é um jogo aberto, segundo um analista do setor. Apesar do atraso no plantio, o potencial de produção, com o aumento de área, fica próximo de 85 milhões de toneladas, mas vai depender do clima.
É bom que o Brasil realmente eleve a produção interna. O desempenho de seus concorrentes, como Estados Unidos e Ucrânia, não foi bom. Com isso, o produto brasileiro, dependendo do dólar, será bastante disputado.
O abastecimento nacional contará também com a produção de milho safrinha do Paraguai, semeado basicamente para o abastecimento do Brasil.
Para evitar preços elevados e eventual falta de produto, as empresas que se utilizam do cereal estão antecipando compras internas e programando importações.
Fonte: Folha SP