Após concluir a venda da PetroÁfrica, por US$ 1,53 bilhão, a Petrobras avança com o seu programa de desinvestimentos e volta a sua atenção, agora, ainda no âmbito internacional, para a América do Sul. A empresa já manifestou a intenção de se desfazer de ativos na Bolívia e no Uruguai.
Depois de investir bilhões de dólares na sua internacionalização ao longo dos anos 2000, a Petrobras já se desfez de boa parte de sua carteira global. Desde 2015, em resposta a sua crise financeira, a estatal já fez oito desinvestimentos, no valor de US$ 5,2 bilhões, no exterior.
A Petrobras já saiu de países como Chile, Paraguai, Japão, Nigéria, mas ainda mantém uma base de ativos nas Américas, incluindo redes de distribuição de combustíveis no Uruguai e Colômbia e alguns ativos de exploração e produção na Bolívia, Estados Unidos, Argentina e Colômbia, além de contratos de serviços no México.
A próxima saída da estatal brasileira promete ser o Uruguai. A companhia já abriu o processo de venda de seus ativos de distribuição de combustíveis no país e fechou um acordo com o governo local para devolver as concessões de gás canalizado.
A venda de ativos da Bolívia, por sua vez, entrou no horizonte do plano de negócios 2020-2024. Foi a primeira vez que a diretoria da estatal mencionou abertamente a inclusão do país vizinho no seu programa de desinvestimentos. Na Bolívia, a petroleira detém uma fatia de 11% na GTB, proprietária da parte boliviana do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), e contratos de produção nos campos de San Alberto e San Antonio.
Na Argentina, a empresa caminha para se desfazer da MEGA, ativo de separação de gás natural, mas ainda possui uma participação de 33,6% no ativo de produção de gás não convencional do rio Neuquén. Nos últimos anos, a empresa se desfez de ativos de exploração e produção na Bacia Austral e vendeu a Petrobras Argentina (PESA).
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Com a venda da PetroÁfrica, a produção internacional da estatal virá, a partir de agora, basicamente da Bolívia e do Golfo do México, nos EUA. Em 2018, a Petrobras fechou uma joint venture com a Murphy Oil e passou a deter 20% de participação na associação que atua nos campos de Cascade, Chinook, Saint Malo e Lucius.
Fonte: Valor