As exportações brasileiras de café totalizaram 2,8 milhões de sacas de 60 quilos em julho, primeiro mês do ano-safra 2021/22,12,8% recuo de 12,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo informações divulgadas pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), no acumulado do ano os embarques totalizaram 23,7 milhões de sacas, alta de 2,2% na comparação com igual período do ano passado.
A receita dos embarques no mês passado somou US$ 402 milhões e, entre janeiro e julho, totalizou US$ 3,2 bilhões – altas de 5,6% e de 7%, respectivamente, graças ao aumento de preços.
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O Cecafé atribui a queda do volume em julho aos entraves logísticos no transporte marítimo. Em nota, a entidade disse que a crise operacional continua, com disparada nos valores de fretes, cancelamentos de reservas e dificuldades para novos agendamentos nos navios em função do aquecimento da demanda por produtos alimentícios e eletrônicos nos Estados Unidos e na Ásia.
“O café brasileiro segue em disputa para conquistar espaço nos navios. Os atrasos geram desgaste operacional aos exportadores e sobrecarga financeira. [...] É válido recordar que isso ocorre simultaneamente a uma realidade de mercado na qual os preços chegam aos mais altos patamares registrados nos últimos anos e a colheita da safra brasileira gira em torno de 80%”, diz Nicolas Rueda, presidente do Cecafé, em nota.
O cenário levou a entidade a realizar evento virtual que reuniu especialistas em logística no fim do mês de julho para tratar do tema.
Preços e parceiros
O preço médio da saca de 60 quilos em julho alcançou US$ 142,47, valorização de 21,2% em relação ao mesmo mês de 2020. Os principais compradores do produto brasileiro ainda são Estados Unidos e Alemanha, com importações, nessa ordem, de 4,5 milhões de sacas (alta de 4,5%), e 4,1 milhões de sacas (alta de 5,5%), na comparação com julho de 2020.
Cafés diferenciados
Os chamados "cafés diferenciados" (com qualidade superior ou certificados por práticas sustentáveis) representaram 16% do volume exportado pelos brasileiros entre janeiro e julho, totalizando embarques de quase 4 milhões de sacas – alta de 1,3%.
O preço médio do produto foi de US$ 174 por saca, com receita total de vendas externas da ordem de US$ 677 milhões em sete meses. A alta, neste caso, chega a 7,7% no período avaliado, dizem os exportadores.
Já os embarques de café verde do Brasil tiveram o melhor resultado dos últimos cinco anos, também considerado o período entre janeiro e julho. O tipo arábica representou 81% do volume embarcado pelo país, com 19,3 milhões de sacas. As vendas de café canéfora (conilon e robusta) somaram 2,3 milhões de sacas – ou 9,8% do total. O solúvel representou 9,1%, ou 2,1 milhões de sacas, no período.
Consideradas as vendas de café verde apenas para outros países produtores, caso da Colômbia, o crescimento chegou a 31%, para 1,3 milhão de sacas. Apenas para os colombianos, as exportações dobraram entre janeiro e julho, alcançando 650 mil sacas.
Fonte: Valor