Os economistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) mostraram surpresa ontem durante a divulgação dos dados da exportação gaúcha entre janeiro e setembro deste ano. O motivo foi o envio do equivalente a US$ 140,1 milhões em fumo para o mercado chinês - tradicionalmente a Bélgica era um dos principais importadores.
Embora os preços praticados pelo Estado na venda do fumo tenham apresentado uma queda de 11% frente ao mesmo mês do ano passado, o volume exportado aumentou 85,3% e o valor arrecadado, 64,9%. Para o economista Bruno Caldas, responsável pelo levantamento, a variação expressiva se deve apenas à debilidade da base de 2010, ano que registrou uma importante quebra na safra de fumo.
O efeito da fraca base de 2010 é visto também nos números gerais, que apontam que o mês de setembro registrou um volume de exportações 25,2% maior que no ano anterior e um aumento no valor obtido de 44,7%. Nacionalmente, setembro representou alta de 23,6% em volume e 4,7% em valores.
Quando comparamos com os dados nacionais, vemos que as exportações do Rio Grande do Sul aumentaram em valores e também em volume. Enquanto isso, os dados do Brasil apontam apenas um crescimento nos valores, que foram puxados principalmente pela valorização dos minérios. Isso significa que, enquanto o País cresce por uma questão de cotação, o Estado de fato ganha mercados", disse o economista.
Já no acumulado do ano, que considera os dados de janeiro a setembro, percebe-se que o Rio Grande do Sul teve um crescimento de 9,2% no volume das exportações e de 30% nos valores. Os dados acumulados mostram que as vendas externas foram puxadas pela agropecuária, que enviou 29% mais produtos ao exterior (e obteve 74,4% mais recursos). Já a indústria de transformação exportou 6,5% mais até setembro deste ano e obteve um rendimento 21,9% maior.
Segundo a FEE, o bom desempenho durante o mês de setembro colocou o Rio Grande do Sul na terceira posição entre os estados exportadores, atrás de São Paulo e Minas Gerais, superando o Rio de Janeiro. Dentre os principais produtos enviados aos outros países pelo Estado, destacam-se os grãos de soja (aumento de 18,5% em volume e 34% em preços). Já na indústria o principal crescimento foi obtido pelos produtos alimentícios e bebidas, que aumentaram 31,5% - explicados pelo crescimento de 52,3% das vendas de óleos e gorduras vegetais e animais.
Os destaques negativos ficaram com as exportações do setor de refino de petróleo (37,1%) e calçados, que caíram 12,7%. Os principais destinos dos produtos gaúchos estão a China (45,9%), a Argentina (24,7%) e a França (238,1%).
Fonte: Jornal do Commercio (RS)/Clarisse de Freitas
PUBLICIDADE