Ontem, quarta-feira, segundo dia do seminário do grupo inglês Port Finance International no Rio, Sérgio Aquino, de SPA Consult, levantou a tese de que o Brasil convive com regras ambientais anacrônicas. – Hoje, no Brasil, tudo é proibido, pois qualquer ato, da simples construção de um muro à instalação de um mineroduto, afeta o ambiente. Segundo Aquino, o novo conceito que se impõe no mundo é o exame do impacto ambiental em relação ao benefício econômico e social gerado. A tese é a de que tudo causa impacto ambiental, mas, em muitos casos, vale a pena acatar o efeito e gerar progresso. Disse que, ao construir um terminal, não se deveria cercear o empreendedor ou obrigá-lo a plantar mudas, pois o ganho social e econômico já justificaria o empreendimento, ao gerar riqueza e ajudar o país a combater a pobreza e dar dignidade aos homens e mulheres. Um dos presentes lembrou que, quando prefeita de Fortaleza (CE), Luizianne Lins (PT) – hoje conselheira do BNDES – impediu a construção do estaleiro Promar; com isso, o empreendimento foi para Recife (PE), onde gera mais de 4 mil empregos. O erro dos cearenses foi o de observar apenas o impacto ambiental – que realmente existe – sem atentar para o fato de que os empregos e a ativação econômica iriam compensar isso. Muitos ex-favelados de Recife hoje atuam não só no Promar como ainda no vizinho Atlântico Sul.
Ambos têm impacto no ambiente, mas trazem progresso. Segundo Sérgio Aquino, ex-diretor da Companhia Docas de São Paulo (Codesp) e de terminais privados, lembra que qualquer obra portuária tem efeito no ambiente, mas, em vez de os órgãos ambientais lutarem contra os projetos, deveriam pesar as mudanças no cenário econômico e social. Situação análoga ocorre no campo: é claro que a produção agrícola afeta o ambiente, só que as florestas não geram riqueza a ponto de ajudarem os habitantes das proximidades a vencerem os desafios em busca de emprego e atendimento social.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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