Apesar da região sudeste ser responsável pela maior parte da produção de aço do Brasil (61%), o Ceará é destaque na mão de obra qualificada. Um grande exemplo no ramo é o quarteto de engenheiros metalúrgicos do Senai que foi vice-campeão mundial no Desafio Universitário e Profissional da Associação Mundial do Aço, o World Steel Association, na categoria Indústria, ocorrida no mês passado.
O grupo foi ganhador na primeira fase do processo, a chamada competição Regional das Américas. Os profissionais frisam seus diferentes ramos de atuações influenciam na desenvoltura. A equipe é composta pelo instrutor sênior de metalurgia da unidade do Senai de Maracanaú, Necy Alves; o consultor em Inovação da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Mateus Paulino; o chefe do forno da Gerdau Ceará, em Maracanaú, Rodrigo Ramos; e o mestrando em Engenharia de Materiais da UFC, Marcos Daniel.
A competição mundial ocorreu em Bruxelas (Bélgica) e envolveu líderes da indústria siderúrgica mundial que ganharam na fase regional da categoria: China (ganhou o mundial), Asia e Oceania, Europa e América.
Marcos acredita que a simulação da primeira etapa é muito importante. “Não existe outra melhor forma de aprendizado do que a simulação. Ela permite maior aproximação com a vida real. Estamos buscando o grande valor da nossa conquista e queremos mostrar os profissionais que temos. Pretendemos levar o nome do Ceará e da UFC para o mundo”.
Rodrigo acredita na existência de grande oportunidade para os cearenses e a intenção é que haja ampliação. “Era algo que a gente já vislumbrava há algum tempo: competir na categoria Industrial levando o nome da UFC. Estamos batalhando para motivar essa galera que está entrando”.
Matheus explica que a ideia do projeto universal é construir uma metodologia de produção. Para continuar competindo, é preciso muito esforço. Os encontros de estudo incluem também os alunos de graduação, mas o quarteto é quem lidera a equipe. “Estudamos em media oito horas por semana. Todos têm atividades diferentes em horários diferentes, mas sempre nos reunimos”, diz Marcos.
Investimento
Marcos comenta que o Ceará ganhou destaque no setor metalúrgico com a vinda da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que deve começar a operar em 2016 e ser responsável pela produção anual de 3 milhões de toneladas de placas de aço. O equipamento deve trazer um incremento de 6% no PIB estadual.
“O diferencial do Ceará é na mão de obra especializada. Aqui, temos muitos profissionais disponível, diferente das outras siderurgias do próprio Nordeste. Vamos ter a chegada de uma grande siderúrgica com oferta de profissional suficiente e bem preparado”, ressalta Matheus.
Até agora, foram investidos R$ 182 milhões na qualificação de mão de obra do Ceará, e o objetivo é alcançar 80% desse trabalho. Além desse projeto, o governador Camilo Santana pretende desenvolver o polo Metal-Mecânico no Ceará.
Saiba mais
A UFC é a única Universidade do Norte e Nordeste que oferece curso de Engenharia Metalúrgica. Ele foi implantado em setembro de 2005 e teve a sua primeira turma ingressada março do ano seguinte, sendo formada em 2010. A UFC também conta com o Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais.
O engenheiro metalúrgico é responsável pelo beneficiamento de minérios e sua transformação em metais e ligas metálicas. Atua desde o processo de extração, refino e conformação até a obtenção de ligas metálicas para uso industrial, que vai da confecção de chapas e vigas até a produção de latas de refrigerante.
Com o conhecimento dos metais e suas propriedades, o profissional de metalurgia também pode operar na combinação dos metais com outros produtos (como vidro, plástico e cerâmica) para criar novos compostos e propriedades.
Fonte: O Povo (CE)/Giovânia de Alencar
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