A atividade da indústria brasileira teve em abril o menor crescimento em seis meses, de acordo com a consultoria IHS Markit, responsável pelo Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor. O PMI ficou em 51,5 pontos no quarto mês de 2019, acima dos 50 pontos que marcam expansão do setor, mas abaixo dos 52,8 registrados em março.
“Embora as condições de negócios no setor industrial do Brasil tenham melhorado pelo décimo mês consecutivo em abril, o crescimento perdeu mais impulso ainda”, diz a IHS em relatório divulgado nesta quinta-feira.
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O resultado de abril foi marcado por “aumentos mais brandos de pedidos de fábrica, volume de produção e níveis de emprego”.
“Tendências mais suaves se tornaram evidentes nas categorias de bens de consumo e de bens intermediários, enquanto o crescimento entre os fabricantes de bens de capital se manteve”, diz a IHS.
As vendas, que mostraram o crescimento mais fraco desde julho do ano passado, tiveram influência negativa do setor externo, com a quantidade de pedidos de exportação diminuindo pelo quinto mês seguido.
Já “o volume de produção continuou a aumentar solidamente”. Ainda que o crescimento de abril tenha sido o menor em cinco meses, ele permaneceu acima da média de 2018.
Em relação ao mercado de trabalho, a criação de vagas foi a menor em quatro meses, com uma “evidente” desaceleração.
“O gerenciamento de custos continua sendo uma preocupação entre os produtores de mercadorias, restringindo também a criação de empregos”, diz a economista da IHS, Pollyanna De Lima. “As empresas observaram uma aceleração indesejável na inflação de preços de insumos, com o enfraquecimento do real tornando os itens importados mais caros.”
A IHS Markit destaca ainda que as expectativas dos empresários em relação ao futuro atingiram o segundo nível mais alto desde abril de 2012. “Os fabricantes esperam que inovações de produtos, melhores oportunidades para exportação e condições econômicas favoráveis venham a sustentar o crescimento da produção”, diz.
No entanto, Pollyana faz a ressalva que, com os “estoques mostrando sinais de acúmulo, os aumentos adicionais no volume de produção dependerão de a demanda poder mostrar uma vitalidade renovada nos próximos meses”.
Fonte: Valor