A manutenção do apetite chinês por celulose de eucalipto brasileira e a retomada das vendas para a América do Norte estão garantindo o bom desempenho das exportações da matéria-prima em 2013. No acumulado do ano até julho, os embarques totalizaram US$ 2,93 bilhões, com alta de 8,2%, segundo levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
Embora a Europa permaneça como principal compradora da fibra brasileira, com US$ 1,24 bilhão em sete meses e queda de 1,6% na comparação anual, a China tem sido o principal motor do crescimento das vendas externas da indústria. De janeiro a julho, os embarques de celulose para o país asiático alcançaram US$ 859 milhões, 21,2% acima do registrado um ano antes.
Em volumes, as exportações brasileiras de celulose cresceram 14% em julho, na comparação com igual intervalo de 2012, para um total de 791 mil toneladas. Em relação ao apurado em junho, os embarques da matéria-prima subiram 9%. Com isso, no acumulado dos sete primeiros meses do ano, os produtores brasileiros de celulose exportaram 5,339 milhões de toneladas de todos os tipos da fibra, com alta de 9,2% ante o verificado em igual intervalo de 2012.
Já as vendas internas de celulose subiram 2,2% no mês de julho, frente ao verificado um ano antes, para 138 mil toneladas. Na comparação com junho, a alta é de 6,2%. Diante disso, nos sete primeiros meses deste ano, as vendas domésticas da matéria-prima totalizaram 957 mil toneladas, praticamente estáveis (alta de 0,1%) em relação ao verificado no mesmo intervalo do ano passado.
Conforme a Bracelpa, a produção brasileira de celulose totalizou 8,513 milhões de toneladas de janeiro a julho, com alta de 5,3% na comparação anual. Os números refletem, por um lado, o início de operação da primeira fábrica da Eldorado Brasil, em novembro do ano passado, e, por outro, a suspensão da produção da matéria-prima pelo grupo Jari, na região Norte.
As vendas domésticas da indústria brasileira de papel totalizaram 476 mil toneladas em julho, com expansão de apenas 0,8% na comparação com o verificado um ano antes e também com o apurado em junho, de acordo com a Bracelpa. Nos sete primeiros meses do ano, as vendas internas do produto somaram 3,207 milhões de toneladas, com alta de 3,5%.
As importações de papel, por sua vez, mantiveram trajetória descendente. Em julho, foram importadas 112 mil toneladas do produto, com queda de 10,4% na comparação anual. Em relação a junho, contudo, houve aumento de 7,7%. De janeiro a julho, as importações de papel ficaram em 761 mil toneladas, com uma baixa de 7,2%.
Conforme a Bracelpa, o setor continua "atuando para combater o desvio de finalidade do papel imune, destinado à produção de livros, jornais e revistas". Em outubro, destaca a entidade, entrará em vigor a Instrução Normativa da Receita Federal número 1.341, que institui a rotulagem específica nas embalagens do papel destinado à impressão de livros e periódicos. "A medida [...] contribuirá para erradicar esse ilícito fiscal que vem causando sérias distorções no mercado brasileiro de papel", informa a associação.
Fonte: Valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo
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