BRASÍLIA - Apesar de o governo ter anunciado em julho o fim do embargo chinês à carne bovina brasileira, a efetiva retomada das exportações do produto para a China ainda esbarra em burocracia. Para que o país asiático libere de vez a importação, é necessário um novo protocolo sanitário que ateste o risco insignificante de haver novo caso do mal da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina), como o caso atípico da doença no Paraná, divulgado em 2012.
Segundo uma fonte do Ministério da Agricultura, esse novo padrão sanitário pode ser concluído em semanas ou meses, mas na prática ele serve para “mudar o status sanitário do Brasil em relação à carne bovina”. E trata-se de procedimento normal e “não significa que a China esteja sendo dura com o Brasil”
“Nesse caso da China, o Brasil não precisará se adequar a novas condições sanitárias, apenas precisa formalizar, nesse documento de acordo sanitário, que há risco insignificante da doença no país”, afirma a fonte, acrescentando que essa comprovação já foi dada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“Esse procedimento é comum e previsto nas medidas fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC), uma mera formalidade”, afirma. “O Brasil tem plenas condições de fornecer para a China e o mundo todo, só precisamos formalizar que o mal da vaca louca foi atípico.”
Conforme explica a fonte, antes de o presidente da China, Xi Jinping, anunciar em visita ao Brasil o fim do embargo, o Brasil já havia dado todas as provas técnicas que comprovaram cuidados rigorosos do governo e indústria brasileiros com a carne produzida aqui.
Em declaração no mês passado, o ministro da Agricultura, Neri Geller, disse que a expectativa é que as exportações de carne bovina brasileira para os chineses devem alcançar de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão em 2015.
Antes disso, no entanto, o governo chinês precisa receber esse protocolo sanitário do Brasil, para só depois autorizar que a indústria brasileira retome suas vendas externas de carne bovina para a China.
Fonte: Valor Econômico/Cristiano Zaia
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