São Paulo. A mudança de patamar do dólar não trouxe os benefícios esperados para a balança comercial. A disparada da moeda americana tem sido mitigada pela queda no valor dos itens exportados pelas empresas brasileiras. Um levantamento da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) revela que os preços dos produtos vendidos pelo Brasil estão no nível mais baixo desde novembro de 2009. Até fevereiro, a balança comercial brasileira acumula um déficit de US$ 6,02 bilhões.
A queda de preço ocorre sobretudo nas commodities. O valor dos produtos básicos está sendo afetado pela desaceleração da economia chinesa, grande importadora desses itens. Neste mês, o governo chinês estabeleceu 7% como meta de crescimento, um ritmo bem abaixo da média de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do país dos últimos anos. Uma outra demonstração de que os preços estão jogando contra a balança brasileira está na rentabilidade. Em janeiro - último dado disponível -, os números da Funcex mostram que ela recuou 10% ante janeiro do ano passado.
O cálculo da rentabilidade leva em conta preços, custo e câmbio. "A desvalorização do câmbio ainda não está compensando a queda de preço e o aumento de custo", afirma Daiane Santos, economista da Funcex.
Rentabilidade
O alento para os exportadores é que a escalada do câmbio em março pode começar a reverter o quadro ruim, e a rentabilidade passar a ser positiva. "Em um cenário em que o câmbio fique em R$ 3, o que parece o mais provável, a rentabilidade pode chegar a 5,2% no primeiro semestre", afirma Daiane.
A desvalorização do real tende a beneficiar sobretudo a exportação dos produtos manufaturados. Nos dados da balança comercial da primeira semana de março, já foi possível notar um quadro mais favorável para o comércio exterior dos manufaturados - as exportações saltaram17% ante o registrado em fevereiro último.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
PUBLICIDADE