SÃO PAULO - É improvável que a crise causada pela operação Lava-Jato traga uma renegociação em larga escala dos contratos da Petrobras com suas fornecedoras, opina a Fitch em relatório divulgado hoje. Para a agência de classificação de risco, as prestadoras de serviço estariam relutantes em mudar termos de acordos de longo prazo.
Por conta do plano de negócios da estatal de petróleo e a importância econômica estratégica para o Brasil, a instituição não vê possibilidade de quebra de parcerias na área. Além disso, a relação das duas partes é mutuamente benéfica, acrescenta o texto, e os preços já estão sendo pressionados pelo mercado internacional.
Com a desvalorização do petróleo, as fornecedoras do setor se veem envoltas em um ambiente mais desafiador, por conta da redução de investimentos de grandes produtoras e a expectativa de descontos exigidos por essas contratantes. Qualquer acordo que saia mais barato do que já está ocorrendo seria negado pelas empresas, diz a Fitch.
Além disso, a agência lembra que as metas da Petrobras fortalecem a demanda por serviços dessas prestadoras e com a incerteza de entregas pelas empresas menores cria ainda mais oportunidades para os grades grupos do segmento. Mas a renegociação entre a estatal e a Seadrill, que levou a norueguesa a cortar US$ 1,1 bilhão de sua carteira de pedidos, por exemplo, desperta temores em todas as fornecedoras, afirma.
A Fitch explica que 9% das sondas de estrangeiras a quem atribui nota de crédito estão a serviço da petrolífera brasileira. Além disso, aproximadamente 13% da carteira de pedidos dessas empresas está ligada à Petrobras.
Fonte: Valor Econômico/Renato Róstas
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