A Fitch Ratings revisou a perspectiva da nota de emissor de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de “estável” para “negativa” e reafirmou o rating em BB-.
Segundo a agência de classificação de risco, a decisão “reflete a deterioração dos cenários econômico e fiscal brasileiro e de riscos de piora para ambas as dimensões, diante da renovada incerteza política, incluindo tensões entre o Executivo e o Congresso, além das incertezas sobre a duração e intensidade da pandemia de covid-19”.
PUBLICIDADE
Os fatores, acrescenta a agência, “podem inibir a capacidade do governo para um ajuste fiscal e implementação de reformas econômicas após a pandemia e em meio a uma resposta política emergencial considerável”. A Fitch ressalta ainda que o Brasil entra nesse período de estresse com um balanço fiscal relativamente fraco e baixo crescimento econômico.
A pandemia, e a recessão que virá com os efeitos do combate à disseminação do vírus, vão aumentar o endividamento público, corroer a flexibilidade fiscal e elevar a vulnerabilidade a choques. Por outro lado, diz a Fitch, os ratings do Brasil têm suporte na ampla e diversificada economia, uma renda per capita mais alta do que a dos pares e a capacidade de absorver choques externos, sustentada pela taxa de câmbio flutuante, desequilíbrios externos apenas moderados, reservas internacionais robustas e um mercado doméstico de dívida pública profundo.
Fonte: Valor Investe