Restrições comerciais continuam elevadas globalmente, mas, pela primeira vez desde 2014, as maiores economias do mundo reunidas no G-20 adotaram mais medidas para facilitar importações.
É o que mostra novo relatório bianual de monitoramento da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre medidas comerciais, constatando o movimento mais de abertura em meio à crise provocada pela covid-19.
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Entre metade de outubro de 2019 e metade de maio de 2020, os países do G-20 implementaram 154 novas medidas comerciais. Do total, 95 foram para facilitar importações e 59 para restringir a entrada de produtos estrangeiros. No total, 60% das medidas tinham vinculação com a pandemia de covid-19. No início do surto do vírus, vários governos introduziram restrições a exportação de produtos médicos, incluindo máscaras cirúrgicas, luvas, remédios e desinfetantes. Mas 36% dessas medidas já foram retiradas.
O Brasil está entre os países que suspenderam temporariamente um bom número de tarifas sobre produtos médicos e mesmo algumas sobretaxas. Ao mesmo tempo, impôs exigência de autorização antecipada para eventual exportação de cloroquina e hidroxicloroquina, produtos que presidente Jair Bolsonaro acredita ainda serem importantes no combate ao vírus.
Novas medidas restritivas, sem relação com a pandemia, cobriram um comércio estimado em US$ 417,5 bilhões. Por sua vez, novas medidas facilitando importações cobriram um comércio de US$ 735,9 bilhões.
“Historicamente, altos níveis de medidas restritivas ao comércio continuam a ser uma fonte de preocupação, mais ainda num período em que o comércio internacional e investimentos serão críticos para reconstruir as economias, negócios e subsistência”, afirmou Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC, destacando, ao mesmo tempo, o aumento de medidas para facilitar importações.
Fonte: Valor