Laminador instalado na Usina Ouro Branco vai produzir 100 mil toneladas para o mercado interno neste ano
A Gerdau informou ontem que o laminador de chapas grossas instalado na Usina Ouro Branco (Campo das Vertentes), que teve seu start up em julho, deve fechar o ano com a produção de 100 mil toneladas, majoritariamente negociadas no mercado interno.
Entretanto, a siderúrgica gaúcha já realizou testes de mercado com clientes na Europa, com Alemanha e Inglaterra; e na América Latina, com Colômbia e Chile. Até agora, o equipamento, que tem capacidade máxima de 1,1 milhão de toneladas anuais, produziu de 15 mil a 20 mil toneladas.
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“Em 2017, devemos ter um crescimento importante de produção de chapas grossas e em três ou quatro anos o equipamento já deve estar operando próximo de sua capacidade plena. Já fizemos testes do produto com clientes da Alemanha, Inglaterra, Colômbia e Chile e isso pode significar fornecimento do produto no futuro”, afirmou o diretor Industrial Aços Brasil da companhia, Roberto Belloc.
Belloc explicou que o produto permitirá à Gerdau atender novos nichos de mercado, porque as chapas grossas são usadas pelas indústrias de construção civil, óleo e gás, naval, energia eólica, rodoviária, de máquinas e equipamentos, entre outras. Na prática, as chapas são empregadas na construção de cascos de navios, estrutura de torres eólicas, peças estruturais de tratores, tubulações e autopeças, como longarinas, por exemplo.
Além disso, o diretor afirmou que o laminador de bobinas a quente, que começou a operar em agosto de 2013, já está a plena carga, o que significa que já neste ano sairão da linha 800 mil toneladas de bobinas. O equipamento marcou a entrada da Gerdau na produção de aços planos. Antes, a siderúrgica já comercializava produtos planos, porém, somente de terceiros.
O investimento nos dois equipamentos somou US$ 1,5 bilhão, sendo US$ 840 milhões no laminador de chapas grossas e US$ 660 milhões no de bobina a quente. “Muitos dos clientes que compram bobinas a quente já tinham relacionamento com a Gerdau e o mesmo deve acontecer com as chapas grossas”, pontuou o diretor. Ainda de acordo com ele, o aporte nos dois laminadores foi realizado com uma “visão de longo prazo e não vislumbrou só o mercado nacional”.
Sobre a distribuição dos novos produtos, Belloc explicou que, apesar de o mercado interno estar encolhido atualmente, devido à falta de investimentos em infraestrutura, a companhia e, particularmente, a Usina Ouro Branco, tem flexibilidade para equilibrar as vendas de acordo com a demanda. Dessa forma, quando a demanda doméstica recua, a maior parte da produção é destinada ao exterior, e vice-versa. “Mas, olhando o déficit de infraestrutura do País, acreditamos que e o mercado interno ainda vai demandar esse tipo de aço”, ponderou.
Um dos motivos que, segundo Belloc, torna a Usina Ouro Branco competitiva é a proximidade com os ativos minerários da companhia, em Itabirito (Várzea do Lopes) e em Ouro Preto (Miguel Burnier). Além disso, a planta em Ouro Branco é atendida por ramais ferroviários. Uma das linhas é da Valor da Logística Integrada (VLI), que leva até o porto de Vitória (ES), onde a companhia tem participação no terminal. A outra ferrovia é da MRS Logística, que facilita o escoamento de produtos até o porto do Rio de Janeiro para exportação.
Parceria - A Gerdau fechou parceria inédita no mercado mundial do aço com a General Electric, para a implantação de um Sistema de Monitoramento e Diagnóstico Online (SMDO). Basicamente, o programa prevê a instalação de sensores nos equipamentos capazes de monitorar o funcionamento e antecipa falhas, evitando paradas de manutenção mais longas ou mesmo danos mais graves em maquinário.
O projeto-piloto foi desenvolvido na Usina Ouro Branco e demandou R$ 3 milhões em investimentos. Ao todo, foram instalados 1,2 mil sensores, em 50 equipamentos. O retorno do aporte aconteceu em apenas oito meses. Agora, o programa prevê a instalação de sensores em mil equipamentos, em 11 plantas do grupo no Brasil, além das unidades de mineração. O aporte total é de R$ 70 milhões, com retorno previsto para dois anos e projeção de conclusão da implantação em 2017.
Fonte: JC