A Gerdau e a ArcelorMittal anunciaram ontem, em conjunto, um acordo de transação definitivo para vender as respectivas participações de 50% na companhia Gallatin Steel Company para a Nucor Corporation, por US$ 770 milhões. A Gallatin tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de aços planos laminados e está localizada em Kentucky, nos Estados Unidos. O fechamento da transação está previsto para ser realizado até o fim de 2014.
Na avaliação de analistas, a venda é positiva para a Gerdau, ainda que não signifique uma mudança expressiva para a companhia. Felipe Reis, do Santander, destaca o reforço ao caixa da siderúrgica brasileira. "A venda foi boa para a Gerdau e faz sentido. O preço foi bom e reforça posição de caixa da empresa no momento em que as operações no Brasil começam a ter um período de dificuldade maior", afirmou. O mercado já aguardava a venda e que o foco da Gerdau no mercado americano são aços longos comuns e aços especiais.
Na visão dele, o preço "foi bom" dada as condições do mercado siderúrgico, que tem tido fraco crescimento. O múltiplo de valor da empresa sobre Ebitda foi de mais de sete vezes, afirma o analista, considerando um Ebitda de US$ 100 milhões para a Gallatin neste ano. A Nucor afirma que o preço equivale a 6,4 vezes o Ebitda estimado para a empresa em 2015, sem considerar as sinergias que terá com o negócio.
Marcel Kussaba, da gestora Quantitas, diz que a decisão da Gerdau sinaliza que o grupo brasileiro está com projeções "não muito otimistas" para a siderurgia global. Ele lembra que o anúncio está em linha com as informações prestadas pela Gerdau na apresentação dos resultados do segundo trimestre. Na ocasião, o grupo disse que passaria a centrar o foco na geração de caixa, devido às incertezas sobre o desempenho do setor nos próximos trimestres e também reduziu de R$ 2,9 bilhões para R$ 2,4 bilhões a previsão de investimentos para 2014.
Já o Citi estima que a venda deve reduzir a dívida líquida da Gerdau em cerca de 7%. Na transação, a fatia de 50% do grupo foi avaliada em R$ 900 milhões. "Vemos a transação como positiva, porque a Gallatin era um ativo secundário e a venda deve resultar em redução da alavancagem", disseram os analistas do banco em relatório. (Colaboraram Olivia Alonso e Natália Viri, de São Paulo, e Sérgio Ruck Bueno, de Porto Alegre)
Fonte:Valor Econômico\Daniela Meibak | De São Paulo
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