Já na lista das grandes montadoras de carros do mundo, o conglomerado coreano Hyundai também quer estar no topo das maiores siderúrgicas do planeta. A meta de figurar na lista dos dez maiores produtores mundiais de aço começa a ganhar corpo com os agressivos investimentos que estão sendo feitos na usina integrada de Dangjin, na costa oeste da Coreia do Sul.
Em setembro do ano que vem está prevista a inauguração do terceiro alto-forno no complexo siderúrgico, que vai adicionar uma capacidade de produção anual da ordem de 4 milhões de toneladas de aço bruto.
O projeto encerra um programa de investimentos de US$ 9,5 bilhões destinado à construção de três altos-fornos e que permitirá ao grupo coreano ser capaz de produzir perto de 24 milhões de toneladas ao ano. Os dois primeiros altos-fornos - que juntos somam 8 milhões de toneladas em capacidade - foram inaugurados em janeiro e novembro do ano passado.
Com outras duas usinas nas cidades de Incheon e Pohang e a produção de fornos elétricos em Dangjin, a Hyundai já soma uma capacidade de produção próxima a 20 milhões de toneladas e - com base apenas nos dados do ano passado - ocupa a vigésima posição no ranking das maiores siderúrgicas globais.
Desenvolver aços mais leves e resistentes para permitir a fabricação de carros menos pesados é uma das missões da Hyundai Steel dentro da Hyundai Motor Group, um colosso com vendas anuais de US$ 173 bilhões e 63 empresas afiliadas em setores diversificados.
A partir da inauguração do terceiro alto-forno, a siderúrgica deverá preencher 45% das necessidades de aço na produção de mais de 6 milhões de veículos das duas montadoras do grupo: a Hyundai Motor e a Kia Motors. Atualmente, o uso de aço próprio gira ao redor de 30%.
"Um dos motivos de ter tanto a produção de aço quanto a fabricação de automóveis é a possibilidade de sinergia entre essas duas operações. Queremos ter o veículo mais leve possível e, por isso, nos esforçamos em ter o aço cada vez mais leve e resistente", afirma Woong-chul Yang, vice-presidente da divisão de pesquisa e desenvolvimento do grupo coreano.
Assim, as operações siderúrgicas na Coreia do Sul vão suprir parte do aço a ser usado nas peças estruturais dos carros que sairão da futura fábrica de Piracicaba (SP).
A empresa, contudo, diz que também vai comprar de produtores brasileiros, de modo a cumprir com o novo regime automotivo, que exige conteúdo de peças nacionais de pelo menos 65%. Nesse sentido, nove fornecedores coreanos estão se instalando ao redor da fábrica para atender especialmente à Hyundai. (EL)
Fonte: Valor Econômico/Por De Dangjin
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