A balança comercial cearense registrou o maior volume de importações no mês de maio dos últimos quatro anos, de mais de US$ 421 milhões em mercadorias. Já as exportações alcançaram os US$ 101 milhões no período. Conforme o superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN), Eduardo Bezerra, o alto número das importações está sendo ocasionado pela construção da usina Siderúrgica do Pecém. "Isso é um investimento, porque, quando a usina siderúrgica estiver funcionando, ela estará exportando", reforça.
O Mdic revela que 75% dos produtos locais saem dos portos do Ceará e que o Porto de Fortaleza superou o do Pecém em valor exportado FOTO: MIGUEL PORTELA
Bezerra destaca que o valor referente às exportações também sinaliza um bom desempenho para 2013. "Quando todo o estado do Ceará exporta mais de US$ 100 milhões, isto significa que as empresas estão trabalhando com a capacidade normal e não está havendo nenhuma recessão", diz o superintendente. Em igual período do ano passado, as exportações foram de US$102 milhões e as exportações de US$ 198 milhões.
O superintendente ressalta, porém, que o Estado "continua deficitário", já que houve déficit de quase US$ 1 bilhão na balança comercial ao considerar o resultado parcial do ano - de janeiro a maio -, com US$ 459,7 milhões exportados e US$ 1,4 bilhão em importação.
Setores
Segundo os dados levantados pelo CIN, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) - por meio do documento Ceará em Comex de maio -, calçados continua na frente das exportações neste ano, alcançado os US$ 126 milhões em produtos, de janeiro a maio. Logo atrás vem couros (US$ 74 milhões), castanha de caju (US$ 48 milhões), frutas (US$ 36 milhões), ceras vegetais (US$ 25 milhões) e têxtil (US$ 23 milhões).
Os principais destinos são Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Holanda e China. "O Ceará era o terceiro polo têxtil do Brasil e agora está na sexta posição das exportações do Estado por causa da severa concorrência da China", afirma Bezerra. Por outro lado, ele afirma que, apesar disso, as indústrias têxteis cearenses aproveitam "o forte mercado interno" para vender os produtos, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste do País.
Portos
O Comex revela ainda que quase 75% dos produtos cearenses saem dos portos do Pecém e do Mucuripe, em Fortaleza, "sendo que Fortaleza superou Pecém em valor exportado do ano passado pra cá, tornando-se o principal corredor de exportação cearense em 2013", diz o relatório.
De janeiro a maio deste ano, o Porto do Mucuripe exportou US$ 175 milhões em produtos, enquanto o Pecém alcançou os US$ 168 milhões. Em igual período do ano passado, porém, pelo primeiro porto passaram US$ 149 em mercadorias e US$ 269 pelo segundo.
Participação
Em maio, a participação do Estado nas exportações do Nordeste foi de 7,33%, de US$ 1,3 bilhão exportado pela região. De janeiro a maio, o Ceará ultrapassou Pernambuco e ficou na quarta colocação dentre os estados nordestinos que mais enviaram produtos para fora do País, atrás apenas da Bahia, do Maranhão e de Alagoas.
"O Ceará vende para o exterior meio por cento daquilo que o Brasil exporta. O nosso mercado não é grande para o País e nem para as transações globais. Vamos precisar da usina siderúrgica e da refinaria (Premium II) para multiplicar por quatro as nossas importações e termos uma importância visível", finaliza o superintendente do CIN.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/GABRIELA RAMOS
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