Países que antes tinham pouco ou quase nenhum peso entre aqueles que mais vendiam para o Ceará ganharam destaque nas importações do Estado no primeiro semestre deste ano. Com volume de US$ 47,09 milhões, alta de 980,8% ante igual período de 2011, a Bélgica puxa a lista, saindo de uma participação de 0,4% para 3,5% entre os países de origem das compras externas do Ceará, considerando janeiro a julho de 2012.
Outro destaque vai para a Austrália, que exportou US$ 32,76 milhões para o Estado no período, incremento de 413,8% e aumento na participação de 0,5% para 2,4%. E ainda o Equador, com alta de 1.517,9% nas importações cearenses, o que equivale a um volume de US$ 27,74 milhões, saindo de uma participação de 0,1% nos primeiros seis meses de 2011 para 2% em iguais meses do ano em curso.
Segundo o analista do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Alexsandre Cavalcante, o que está acontecendo é uma diversificação por origem da importação de itens tradicionais da pauta do Estado. "O Ceará passou a comprar de mais países o que tradicionalmente já comprava", explica o especialista.
Conforme disse, no caso da Bélgica, foi a compra de gás natural liquefeito - principal item da pauta - que ajudou a incrementar as importações cearenses deste país. Já da Austrália, foram produtos como inseticidas e metalúrgicos (laminados de ferro) e do Equador, óleos de dendê em bruto.
Déficit
Aumentos que junto com as compras realizadas de outros países foram responsáveis, no primeiro semestre de 2012, por um saldo deficitário na balança comercial do Ceará de US$ 655,25 milhões. A diferença entre o que foi exportado e importado pelo Estado foi superior em mais de 45% à registrada em igual período de 2011, que foi de aproximadamente US$ 451,22 milhões. O déficit no comércio exterior cearense para o semestre é o maior desde 2008, quando o saldo da balança começou a ficar deficitário. Os números são do Ceará em Comex, publicação mensal do Centro Internacional de Negócios (CIN), ligado à Federação das Indústrias do Estado (Fiec).
Setores
Entre os principais setores responsáveis pelo aumento nas importações do Ceará nos primeiros seis meses do ano aparecem ferro e aço, com variação positiva de 56%, o que corresponde a US$ 282,06 milhões; seguido de combustíveis e óleos minerais, alta de 167,5% (US$ 232,96 milhões) e geradores eletroeletrônicos, com US$ 96,88 milhões importados, um acréscimo de 120,3%.
Fonte: Diário do Nordeste / Anchieta Dantas Jr.
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