A recuperação do setor industrial puxou o crescimento de 4% registrado nas exportações do Estado em janeiro. Com a soma dos embarques avaliada em US$ 1,1 bilhão - aumento de US$ 41,6 milhões - na comparação com o mesmo período do ano passado, o Rio Grande do Sul superou em 0,4% a média nacional do mês. O destaque ficou por conta da retomada do segmento de bebidas e alimentos com volume 54,2% superior ao registrado em janeiro 2013.
O resultado, divulgado nesta quinta-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), é fruto da diferença entre a queda brusca da agropecuária (-US$ 119,8 milhões) e a alta acentuada (US$ 181,4 milhões) da indústria de transformação. Conforme explica o coordenador do Núcleo de Indicadores Conjunturais da entidade, Adalberto Maia Neto, os dados da agropecuária se justificam pela redução de cerca de US$ 126,3 milhões, apurada no trigo.
A boa notícia, segundo Maia, é dada pelo incremento nas exportações de alimentos e bebidas, com elevação no valor de 47,1% na relação com janeiro de 2013 – o equivalente a US$ 356 milhões. “Pode ser uma sinalização de ano positivo para esse setor. O maior peso não foi no segmento de carnes e nem no de arroz, mas sim nos de óleos e gorduras, mais especificamente o farelo de soja”, complementa.
De acordo com o economista da FEE, entretanto, os dados mensais costumam ser bastante voláteis e não devem ser considerados como uma tendência para 2014. “É apenas o início do ano e um dos produtos que costuma puxar as exportações é a soja, mas isso só será computado no final do semestre”, comenta.
Maia alerta que, ao contrário de 2013, quando a comparação com 2012 era favorável aos indicadores, o desempenho em 2014 deve ser influenciado por um outro aspecto marcante. Como no ano passado, o Rio Grande do Sul produziu três plataformas petrolíferas, o segmento chamado de “outros equipamentos”, que costuma ter peso de 0,3% nos embarques gaúchos, passou a representar 19,6% do total exportado.
Por outro lado, alimentos e bebidas ficaram com uma fatia de apenas 16,86% dos embarques - queda de dez pontos na média anual que no geral supera os 25%.
Entre os principais destinos das exportações, o Rio Grande do Sul teve aumento de
US$ 53,6 milhões (140,7%) nas vendas para o Paraguai, de US$ 31,9 milhões (25,6%) nas dirigidas à Eslovênia e de US$ 30,6 milhões (1.756,7%) nas para a Índia. Além disso, no mês, o Estado ocupou a quinta posição nas exportações nacionais, com participação de 6,72%. O índice ficou abaixo dos de São Paulo (24,13%), Minas Gerais (16,24%), Rio de Janeiro (9,81%) e Pará (8,21%).
Fonte:Jornal do Commercio (POA)
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