Há vários anos, a ideia de um investidor desafiar a poderosa Exxon Mobil era impensável. Mas a realidade mudou e a petrolífera enfrenta, hoje, uma forte pressão de vários investidores ativistas, segundo revista “Barron’s”, na edição do fim de semana.
Há sete anos, a Exxon era uma fortaleza e a maior empresa do mundo. Hoje, não só não é a maior empresa do mundo como nem sequer é a maior petroleira, depois de perder a liderança global para a Saudi Aramco. Nos EUA, a Exxon perdeu também o primeiro lugar para a Chevron, em outubro.
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Mas, mesmo quando o peso da Exxon no S&P 500 caiu, durante o período de preços baixos do petróleo e de transição energética para energias alternativas, a ideia de a empresa ser abordada por um investidor ativista parecia rebuscada. Contudo, nesta segunda-feira (14), a firma ativista recém-criada Engine No. 1 , com o apoio do fundo de pensão dos professores da Califórnia, disse que vai nomear quatro membros para o conselho de administração da Exxon.
Pouco depois, a Engine No. 1 obteve o apoio de um parceiro ainda mais poderoso, a Igreja de Inglaterra, que disse ser necessário “agir com urgência” para melhorar a estratégia, a governança e os esforços de redução do impacto ambiental da empresa.
O hedge fund D.E. Shaw enviou uma carta à Exxon sobre questões semelhantes às levantadas pela Engine No. 1 depois de ter obtido o que a Bloomberg descreve como “uma posição considerável”.
A Exxon disse que valoriza as perspectivas dos acionistas e vai investir em “tecnologias inovadoras” para lidar com as alterações climáticas.
À primeira vista, Wall Street não sabia se a Engine No. 1 e o fundo de previdência dos professores, com as suas pequenas participações na empresa, poderiam forçar a mudança com sucesso. Mas perante um grupo crescente de investidores ativistas e os preços ainda baixos do setor, a Exxon pode não ser capaz de evitar a intervenção deste novo tipo de investidor.
Fonte: Valor