Os números do PIB divulgados nesta quinta (1º) pelo IBGE mostram que o investimento seguiu o declínio iniciado no terceiro trimestre de 2013. São 14 trimestres seguidos de encolhimento.
Desde que iniciou a queda, o investimento já caiu quase 30%. No primeiro trimestre, a taxa de investimento recuou ao menor patamar desde o início da série, em 1996.
PUBLICIDADE
No primeiro trimestre de 2017, ante o quarto de 2016, a queda do investimento foi de 1,6%, repetindo mesmo recuo do trimestre anterior.
Em meio à recessão, que reduziu a demanda, as empresas viram menos necessidade de investir em novas máquinas ou abrir frentes de produção. Além disso, praticamente todas as grandes construtoras estão envolvidas em escândalos de corrupção, o que contribuiu para paralisar suas atividades.
Assim, a taxa de investimento recuou a 15,6% do PIB no primeiro trimestre do ano. No quarto trimestre, ela estava em 16,8%. A taxa cai desde o primeiro trimestre de 2014.
A queda da taxa é preocupante porque, embora esperada, a queda dos investimentos limita a capacidade de o país crescer no futuro.
Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o investimento recuou 3,7%.
Rebeca Palis, gerente de contas nacionais do IBGE, observou que a construção civil segue com desempenho negativo na comparação anual (-6,3%) e houve queda de 20% na importação de máquinas e equipamentos, ante o primeiro trimestre do ano anterior.
A taxa de poupança, porém, subiu. Foi o primeiro avanço desde o início de 2012.
Após chegar ao piso de 13,9% no quarto trimestre do ano passado, a taxa de poupança subiu para 15,7% do PIB.
INDÚSTRIA
A recuperação da indústria, que subiu 0,9% no primeiro trimestre, foi puxada principalmente pelo crescimento da produção de energia, de petróleo e de minério.
De acordo com o IBGE, a indústria de produção e distribuição de gás, água e esgoto cresceu 3,3% no trimestre, Já a indústria extrativa teve ata de 1,7%. O quarto segmento industrial, a construção, cresceu 0,5%.
Esses segmentos saíram na frente da indústria de transformação, cuja expansão foi de 0,9% na comparação com o trimestre anterior.
"Tanto o petróleo quanto o minério de ferro estão com preços internacionais favoráveis", diz Palis.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a indústria extrativa mineral teve alta de 9,7% puxada pelo crescimento da produção de petróleo e minério de ferro.
Nesta comparação, a indústria de transformação caiu 1,1% –com destaque para o mau desempenho dos segmentos de combustíveis, móveis e outros equipamentos de transportes, como embarcações e aeronaves e construção.
Este foi o primeiro trimestre desde o início da recessão que a indústria teve um desempenho mais positivo do que os serviços. A indústria mergulhou antes na recessão, em 2014. Já os serviços só entraram em terreno negativo em 2015.
Fonte: Folha