A Petrobras acelerou a execução dos projetos de ampliação da produção de petróleo, derivados e gás natural e elevou em 30% o investimento realizado no primeiro semestre deste ano em comparação a igual período de 2009. Entre os meses de janeiro e junho, esses gastos totalizaram R$ 34,8 bilhões, frente aos R$ 26,8 bilhões movimentados durante primeira metade do ano passado.
As estatísticas sobre a execução das obras de aumento da capacidade mostram que o grupo Petrobras, composto por 29 empresas, tem conseguido conferir agilidade aos projetos, ao mesmo tempo em que opera com um volume maior de recursos. Em 2009, o orçamento anual do grupo era de R$ 66 bilhões. Em 2010, esse volume de recursos passou para R$ 79,3 bilhões.
Os dados são do Ministério do Planejamento e evidenciam que as empresas coligadas à Petrobras apresentaram o melhor desempenho que as companhias federais de outros setores de atividade. "Alguns programas, principalmente no âmbito do setor petróleo, se destacam em comparação aos demais, não apenas pelo vulto dos recursos que lhes são destinados, como também pelo empenho que as empresas por eles responsáveis dedicam em execução, medido pelos respectivos indicadores de desempenho", destaca relatório elaborado pelo Ministério do Planejamento.
Ainda assim, o gasto do primeiro semestre representa 43,9% do montante previsto para o ano, restando, portanto, mais da metade da execução para o período entre julho e dezembro. Os maiores desembolsos registrados entre janeiro e junho ocorreram em projetos de extração e refino de petróleo, exploração de gás natural e na indústria petroquímica.
Das 29 empresas do grupo, os dispêndios se concentraram na Petróleo Brasileiro, Comperj, Petróleo Netherlands e Petróleo Internacional Braspetro. O desempenho do grupo no primeiro semestre também evidencia que a Petrobras vem conseguindo dinamizar expressivamente sua capacidade de investimento. Os dados mostram que o investimento passou de R$ 15,6 bilhões no primeiro semestre de 2007 para R$ 34,8 bilhões neste ano até junho.
A estatal do petróleo é a grande responsável pela guinada do investimento consolidado das empresas federais. Dos R$ 37,9 bilhões gastos pelas 75 companhia entre janeiro e julho, R$ 34,8 bilhões foram do grupo Petrobras. O restante ficou com as demais empresas. Esse bom desempenho evidencia que a estatal do petróleo tenta dinamizar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da exploração prevista para os campos do pré-sal.
Enquanto a Petrobras avança no investimento, a Eletrobras recua. As 15 empresas do setor elétrico possuem R$ 8,1 bilhões para investimento neste ano, dos quais apenas R$ 1,7 bilhão foram movimentados na primeira metade do ano. Esse desempenho foi inferior a igual período de 2009, quando essas empresas gastaram R$ 1,9 bilhão.
As maiores empresas do setor elétrico demonstram dificuldade de execução. Furnas Centrais Elétricas, que possui R$ 1,1 bilhão, utilizou apenas R$ 366 milhões entre janeiro e junho. A Eletronuclear, que também detém R$ 1,1 bilhão, empregou apenas R$ 128 milhões. A Chesf, com R$ 1 bilhão, usou somente R$ 287 milhões.
A diferença, em termos de restrição a gastos, tem uma explicação. A Petrobras não precisa contribuir com o governo para a formação da meta de 3,3% do PIB de superávit primário, enquanto a Eletrobras tem a obrigação de ajudar com R$ 1,6 bilhão. Se considerado Itaipu, essa contribuição sobe para R$ 6,4 bilhões.
(Fonte: Valor Econômico/ Luciana Otoni, de Brasília)
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