Cerca de 55 mil toneladas de minério de ferro devem ser escoadas pelo Porto do Pecém com destino à China nos próximos 15 dias. Esta é a segunda remessa deste tipo do Estado
Recursos foram aplicados para a compra de equipamentos de mineração, tanto para a jazida como para o porto
A Globest, ligada à iniciativa privada chinesa, está apostando pesado na exploração de minério de ferro no Ceará. A empresa investiu R$ 108 milhões na compra de equipamentos de mineração, segundo informou o diretor comercial da Cearáportos - empresa administradora do terminal portuário do Pecém -, Mário Lima Júnior. Além disso, está preparando a segunda exportação do minério para a China, que deverá ser feita em aproximadamente 15 dias. Desta vez, cerca de 55 mil toneladas devem ser escoadas.
De acordo com Mário Lima, que também está respondendo pela diretoria de Infraestrutura da Cearáportos, as máquinas são utilizadas para empilhamento e carregamento de navios, e estão localizadas no próprio complexo portuário, onde também ficam estocados os volumes de minério a serem enviados ao exterior. Além destes equipamentos, o valor também se refere a outros utilizados na lavra, que ficam nas jazidas de onde está sendo explorado o minério de ferro, como, especialmente, no distrito de São José do Torto, no município de Sobral, situado a 230 quilômetros de Fortaleza.
Escoamento
Já o segundo carregamento será levado à China, provavelmente, até o final do mês, segundo adianta uma fonte ligada à Globest. O escoamento, assim, ocorrerá um pouco mais de um ano após o primeiro envio, ocorrido no início de março de 2010.
Naquela ocasião, foram exportados 70 mil toneladas, configurando o maior embarque registrado no Ceará desde 1906, na época em que o transporte marítimo de cargas era realizado através da Ponte Metálica.
A embarcação, saindo do Porto do Pecém, percorreu o caminho até o país asiático em um período de aproximadamente 40 dias. A redução no volume, segundo a fonte, visa ao aumento da frequência que se quer estabelecer nesse escoamento. A ideia é de que um navio seja carregado a cada dois meses.
Readequação
O atraso no processo de exportação do minério ocorreu, segundo fonte da empresa, por conta de uma readequação pela qual a planta da Globest em Sobral precisou passar no ano passado. Esta foi motivada pelo fato de que os novos volumes retirados do solo vieram com características diferentes às daqueles que foram inicialmente explorados. Desta forma, o segundo escoamento foi programado para janeiro deste ano, também atrasando, agora, por conta do período chuvoso.
Expectativa positiva
No início da pesquisa da empresa na jazida de Sobral, ainda em 2008, o Diário do Nordeste visitou a lavra, e viu que as expectativas eram bastante positivas para lá. "Os teores são favoráveis, acima de 65% de ferro, o que é uma média excelente. É o ´filé mignon´ do mercado de ferro", afirmara, naquela época, o geólogo gerente do projeto, Cláudio Ramalho.
Atualmente, o minério de ferro extraído é estocado no Porto do Pecém, em um espaço na retroárea do terminal com capacidade de armazenagem para 100 toneladas do produto, que é a principal matéria-prima para a siderurgia. Uma nova estrutura de armazenamento e exportação para o minério está sendo estudada pela empresa.
Já chegou a ser citada a possibilidade de construção de um novo terminal para o escoamento desse minério, mas não há ainda nada conclusivo.
De acordo com a fonte ligada a Globest, que pediu para não ser identificada, existem várias alternativas para a resolução dessa questão. "Estamos em fase de discussão, mas isso depende do apoio do governo", aponta. Contudo, a fonte afirma que ainda é bastante preliminar a definição do que será feito. "Isso é para ser discutido daqui a cerca de seis meses".
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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