São Paulo - Empresários chineses e brasileiros se reuniram na última sexta-feira, em São Paulo, para discutir oportunidades de ampliação dos investimentos chineses no país. O encontro foi um desdobramento da visita da presidenta da República, Dilma Rousseff, à China no mês passado. O próximo encontro está previsto para amanhã, em Brasília, quando será assinado um memorando de entendimentos entre os dois países.
Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, as primeiras reuniões com os empresários chineses demonstraram que eles estão interessados em investir no Brasil principalmente nas áreas de agronegócios e no setor de minérios, mas a intenção é fazer com que eles invistam também nas áreas de infraestrutura e em indústrias de base tecnológica.
“O que nós queremos é que eles venham investir em manufatura, porque queremos aumentar nossas exportações para a China de produtos com valor agregado, de mão de obra e tecnologia”, afirmou Andrade. De acordo com ele, os empresários chineses já manifestaram interesse também em aeroportos, ferrovias, rodovias e em empreendimentos voltados para as Olimpíadas e a Copa do Mundo.
Segundo Mauricio Borges, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil), a expectativa é que sejam fechados acordos também na área de tecnologia. “Eles estão ainda conhecendo e buscando parcerias porque eles veem o Brasil como oportunidade não só em minérios, mas também em tecnologia”.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a ampliação de investimentos entre os dois países é necessária, mas o Brasil deve definir as suas prioridades e interesses para “enquadrar os interesses da China a isso”.
Atualmente, segundo Skaf, o Brasil exporta basicamente minérios e soja aos chineses e importa manufaturados, o que traz prejuízos ao país. “Essa relação não é boa para o Brasil. Temos que buscar um equilíbrio maior”, defendeu. Outro problema, destacou Skaf, é o câmbio: a moeda brasileira está sobrevalorizada, enquanto a chinesa está desvalorizada. “Isso rouba a nossa competitividade”, afirmou. “Queremos vender manufatura, agregar valor aos produtos e gerar empregos no Brasil”.
Liu Zuo Zhang, diretor-geral da China Investiment and Promotion Agency (Cipa), organismo de promoção comercial vinculado ao Ministério do Comércio chinês, disse que uma das intenções da vinda de empresários chineses ao Brasil é de “incentivar o investimento mútuo” entre os países. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde abril de 2009. O comércio entre os dois países passou de US$ 2,3 bilhões em 2000 para US$ 56,3 bilhões no ano passado.
Fonte: O Dia Online/Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil
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