BRASÍLIA - O Ministério do Desenvolvimento prevê um superávit de US$ 35 bilhões na balança comercial em 2016. A projeção foi feita há pouco pelo ministro Armando Monteiro. "Há analistas que apontam um saldo até maior, acima de US$ 40 bilhões, mas eu fico com um pouco menos", afirmou.
Segundo ele, existem variáveis que não se controlam, como os preços de commodities. Monteiro acredita que as cotações de produtos minerais não devem se recuperar, mas se diz mais otimista com as perspectivas em torno dos preços de grãos exportados pelo país.
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Para o ministro, é bastante provável que as vendas de manufaturados voltem à trajetória de crescimento. "Temos fundadas razões para acreditar nisso. As empresas estão efetivamente colocando as exportações no radar".
Monteiro ressaltou que o comércio automotivo tem bastante peso na balança comercial e vê aumento nas exportações de automóveis. Para ele, tanto os acordos automotivos fechados nos últimos meses como o incentivo gerado pela desvalorização cambial devem fazer com que as montadoras vendam mais para o exterior em 2016.
Novo programa
O ministro prometeu anunciar uma nova política industrial do governo federal em 2016. De acordo com o ministro, ela “terá um foco microeconômico” e atuará “nas empresas através de programas de extensão industrial”.
O objetivo é, inicialmente, atingir 3 mil empresas, principalmente pequenas e médias, dos segmentos de vestuário, moveleiro, metal mecânico e de alimentos e bebidas.
O programa, segundo ele, terá um claro contrate com as políticas industriais anteriores, que tinham metas ambiciosas e diversos instrumentos de financiamento. “O que avaliamos é que as políticas industriais [anteriores] foram de algum modo sacrificadas pela política macroeconômica”, avaliou Monteiro.
“As metas de alguma maneira não se realizaram porque o ambiente macroeconômico não permitiu”, continuou ele. Dessa forma, “seria um exercício muito temerário relançar política industrial considerando metas muito ambiciosas ou muito amplas” já que “temos processo de ajuste macro em curso”, disse.
(Fonte: Valor Econômico/Daniel Rittner e Lucas Marchesini)