Metalúrgicos de São Paulo e das cinco grandes montadoras do ABC paulista (Volkswagen, Mercedes Benz, Toyota, Scania e Ford) cruzam os braços hoje de manhã. Os trabalhadores desta vez não pretendem cobrar reajustes salariais ou melhores condições de trabalho. Eles estão preocupados com o aumento da presença de veículos e de outros produtos industrializados importados no mercado brasileiro e reivindicam o fortalecimento da indústria nacional.
"O problema de competitividade, não só da indústria automotiva, é muito claro. Nosso medo é que as matrizes das montadoras deixem de produzir aqui e desloquem suas operações para a China, onde o custo é muito menor. Aí não sobrará sequer parafusos para a gente apertar", avalia Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Nobre, que visitou recentemente a matriz da Volks, na Alemanha, teme que a montadora "invariavelmente passe a importar" itens produzidos por sua unidade na China nos próximos anos. "Um terço da produção mundial da Volks já está na China. Nos próximos cinco anos pode chegar à metade", completa. Os sindicatos do setor formarão uma frente para levantar propostas para enfrentar a desindustrialização e dialogar com o empresariado e o governo.
Fonte: Valor Econômico/Luciano Máximo | De São Paulo
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