Os setores de mineração e de siderurgia devem apresentar resultados opostos em seus resultados financeiros referentes ao quarto trimestre de 2011. Analistas de mercado esperam que o balanço da mineradora Vale apresente crescimento no lucro líquido, enquanto CSN, Gerdau e Usiminas devem frustrar os investidores.
"A Vale terá um lucro líquido entre 5% e 10% maior que o terceiro trimestre, face o aumento de volume para a China ter sido entre 15% e 20% melhor", avaliou Pedro Galdi, da SLW Corretora.
Para efeito de comparação, o lucro líquido da Vale no terceiro trimestre de 2011 foi de R$ 7,893 bilhões, e em 9 meses apresentava crescimento próximo de 45%, aos R$ 29 bilhões. Algumas projeções otimistas calculam o lucro trimestral da Vale em R$ 15 bilhões. "O resultado pode até vir menor que o esperado, mas o cenário para 2012 é o de continuidade dos preços favoráveis do minério de ferro", diz um analista da corretora Coinvalores.
Quanto ao setor de siderurgia, a opinião da equipe de análise da Coinvalores liderada por Marco Aurélio Barbosa é que o ambiente permanece desafiador. A concorrência do aço importado afeta diretamente as empresas.
É o caso da CSN, que apesar do cenário de melhora de preços do minério de ferro sofre com o aumento da importação doméstica de manufaturados. Por esse motivo, os especialistas esperam um resultado bem abaixo do conquistado no terceiro trimestre, quando registrou R$ 1,097 bilhão.
Em nove meses, o lucro líquido da CSN havia atingido R$ 2,85 bilhões, valor 38% acima do mesmo período de 2010, ao passo que o patrimônio líquido havia avançado 12,14%, de R$ 7,82 bilhões em 2010 para R$ 8,77 bilhões ao final de outubro de 2011.
Um pouco diferente é o caso da Gerdau, a prévia dos resultados do quarto trimestre promete cerca de R$ 240 milhões em lucro líquido, abaixo do R$ 707 milhões obtidos no trimestre anterior, mas apoiado no setor de construção civil doméstico. "Essa atuação voltada para aços longos para a construção civil a protege melhor em relação a concorrência", diz o analista da Coinvalores.
Para 2012, a equipe da corretora espera que a planta americana que trabalha com aços especiais possa apresentar bom desempenho. "O crescimento dos Estados Unidos em infraestrutura mostra um cenário mais otimista".
Mas em situação mais delicada está a expectativa do mercado em relação a Usiminas. O investidor deve esperar prejuízo no último balanço trimestral. "É a empresa do setor que trará os resultados mais complicados, tende a apresentar contração na margem por não ser auto suficiente em minério de ferro", avalia um analista.
Ele argumenta que apesar do recente acordo de acionistas em janeiro de 2012, não haverá mudanças consideráveis na Usiminas. Diferente das demais companhias, a Usiminas não evoluiu em patrimônio líquido, estacionado na casa dos R$ 19 bilhões, e mesmo o volume de ativos totais cresceu apenas 3,8% em 9 meses, para R$ 33 bilhões. E o lucro líquido da siderurgica caiu 74% na comparação de nove meses iguais, de R$ 1,3 bilhão para R$ 326 milhões ao final de outubro do ano passado.
Efeito Petrobras
Na sexta-feira, os investidores reagiram mal a divulgação do balanço da Petrobras, o papel PN da companhia sofreu queda de 7,84% e recuou para R$ 23,50. O efeito arrastou outros papéis e o Ibovespa fechou em queda de 2,34%. "O aumento da importação de gasolina e dos custos de exploração explicam a decepção", avaliou Erik Scott, da SLW.
No relatório de perspectivas do Banco Fator, o papel Usiminas PNA está com preço alvo de R$ 13 muito próximo do fechamento de sexta-feira na Bolsa, em R$ 11,85, em queda de 4,43%. CSN ON possui preço alvo de R$ 20 contra a cotação de fechamento em R$ 17,88, em queda de 3,09% na sexta-feira. Já Gerdau PN fechou em baixa de 4,09%, aos R$ 17,60 e exibe preço alvo de R$ 21.
Quanto à Vale PNA que apresenta preço-alvo entre R$ 60 e R$ 66 nas corretoras, o papel fechou cotado a R$ 42,63, em queda de 1,73% na sextá-feira, mas com potencial de valorização de 40%.
Fonte: DCI
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