O minério de ferro caiu 2,1%, ontem, no mercado chinês, com preocupações com as compras das siderúrgicas do país, e foi negociado a US$ 61,20 por tonelada. O valor é o menor desde 2009 e é referente ao minério com teor de concentração de 62% de ferro.
Dados da Administração Geral da Alfândega da China mostram uma queda de 10% nas importações de minério de ferro do país em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Embora tenha influenciado o mercado, a queda não foi vista como surpresa entre analistas, que já vinham citando, nas últimas semanas, preocupações com a desaceleração da demanda das siderúrgicas chinesas pela matéria-prima.
Analistas do BTG Pactual afirmam, em nota a clientes, que diversas usinas chinesas anteciparam paradas de manutenção neste ano, aproveitando o momento de redução da demanda por aço no país. Eles acreditam que o sazonal movimento de reposição de estoques de minério de ferro na China no início do ano está atrasado em 2015.
As siderúrgicas costumam elevar seus estoques na véspera do feriado de Ano Novo do país, o que não aconteceu nas últimas semanas. Os estoques da commodity nos portos chineses já caíram três milhões de toneladas desde o início deste ano, para 99 milhões de toneladas atualmente, diz o BTG.
Os analistas afirmam que têm poucas esperanças de que essa situação mude nas próximas semanas, antes do feriado chinês, que será de 18 a 24 de fevereiro. Eles também não veem razões para recuperação do preço do minério de ferro no curto prazo.
Já no caso do petróleo, o dia ontem foi de alta de preços pela terceira sessão consecutiva. Estimativas divulgadas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e pelo governo dos Estados Unidos sobre a demanda neste ano trouxeram otimismo ao mercado. O barril do WTI para entrega em março fechou em alta de 2,3%, para US$ 52,86, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Na plataforma ICE, em Londres, o barril do Brent para entrega em março fechou o dia em alta de 0,9%, para US$ 58,34.
A Opep elevou em 110 mil barris ao dia sua previsão para crescimento da demanda em 2015. Além disso, reduziu em 420 mil barris diários a previsão de crescimento da produção fora de outros países, que não fazem parte do grupo. O Departamento de Energia dos Estados Unidos, por sua vez, afirmou que vai contribuir para na redução da produção, com diminuição das atividades nos sete principais pontos de produção de petróleo de xisto do país. Na semana passada, dados que mostraram redução do número de poços ativos nos EUA já tinham ajudado a dar impulso às cotações da commodity. (Com Agências Internacionais)
Fonte: Valor Econômico/Olivia Alonso | De São Paulo
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