Em busca de novos negócios, empresários participam da missão empresarial da instituição
Uma população com 1,3 bilhão de cidadãos e toda demanda de produtos e serviços que esse contingente pode gerar. Um Produto Interno Bruto (PIB) cuja média de crescimento tem ficado na casa dos 10%. Esses e outros fatores atraem cada vez mais empresários brasileiros à China. Foram esses pontos, também, que levaram a Federação do Comércio do Estado de Pernambuco (Fecomércio) a ter, pela terceira vez, esse país asiático – de costumes e crenças completamente diferentes das vistas no Brasil – como destino da sua missão anual de prospecção de mercados.
A missão terá início oficial no próximo dia 14, quando será realizado em Xangai o Seminário sobre Oportunidades de Investimentos e de Negócios no Brasil e Rodada de Negócios. O grupo, com cerca de 80 participantes, e sob o comando do presidente da Fecomércio, Josias Albuquerque, segue com programações na China até o dia 28. “Podemos dizer que nossa missão é dividida em três fases. Na primeira, um seminário tem o objetivo de apresentar o Estado e a economia do Brasil para os chineses. Esse encontro é seguido de rodada de negócios. A outra fase é a feira da Cantão (Canton Fair 2011) e a terceira etapa é a de conhecer algumas empresas chinesas”, pontuou José Oswaldo Ramos, coordenador da missão.
O grupo é composto quase em sua totalidade por empresários que seguem pela primeira vez para a China. “O grande ganho de participar da missão talvez seja o de conhecimento do mercado e de como o chinês negocia”, destaca Ramos.
As peculiaridades da República Popular da China, oficialmente socialista, de fato, terminam se tornando o grande desafio na aproximação entre o Brasil – especificamente Pernambuco – e o país asiático.
Foi graças ao contato firmado na missão de 2010, cujo destino também foi a China, que o empresário do setor de farmácias Alexandre Albuquerque trará pela primeira vez um contêiner carregado de luvas cirúrgicas para serem comercializadas no Estado sob a marca Amar a partir de janeiro. “Na primeira importação vamos trazer 20 mil caixas. Tenho como meta importar em 2012 um contêiner desse porte por mês”, conta Albuquerque. Antes, as unidades da Farmácia do Trabalhador comercializavam esse produto comprado de outros fabricantes, algo que dobrava o custo médio por caixa. “Encomendamos diretamente o produto com a marca que definimos, no caso a Amar”, diz. “A missão da Fecomércio me serviu para fazer o contato e abrir os caminhos”, conta.
É nisso que tem pensado o empresário Roberto Barros Moraes, proprietário da Água Mineral e Gelo da Ilha, e que está indo pela primeira vez para a China na missão da Fecomércio. Sua unidade, com sede em Santa Cruz do Capibaribe, processa 500 mil litros de água por mês. “Meu principal objetivo é conhecimento tecnológico”, comenta o empresário. Originário de um grande polo de confecções, foi esse setor que já introduziu o empresário no mercado angolano. “Há oito anos minha família atua em Angola. Fui conhecer o mercado, preparei a empresa de confecção e hoje meus sobrinhos administram ela”, relata. Sediada em Petrolina, a empresa Leão Equipamentos atua no setor de varejo comercializando máquinas e equipamentos industriais. “Hoje, já importo de vários países, mas quero me aproximar da China que tem uma oferta grande produtos de vários padrões de qualidade”, comenta Luis Leão de Sousa Filho.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Carla Seixas
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