Depois de ter recuado 4,70% no meio da tarde, após divulgar resultado negativo de R$ 792 milhões em 2012, a ação da MMX, mineradora de ferro controlada pela holding EBX, de Eike Batista, fechou o dia na bolsa com queda menor de 0,94%, negociada a R$ 3,16. A reviravolta ocorreu após a conferência telefônica de Carlos Gonzalez, o novo presidente executivo da companhia, a analistas de mercado, informando que dentro de 90 dias vai divulgar o novo plano de negócios da empresa, com foco no porto Sudeste e na expansão do minério de Serra Azul. Apesar da notícia, o banco Goldman Sachs, em relatório divulgado no início da noite, manteve a recomendação de venda para os papéis da empresa.
Gonzalez informou que o plano de investimento da companhia em 2013 será da ordem de R$ 2 bilhões. "O grande desafio da MMX este ano passará a ser a entrega do porto e tocar o projeto de Serra Azul". Ele admitiu que os projetos de mineração de Pau de Vinho e de Bom Sucesso serão integrados ao novo plano de negócios, ma terão os investimentos "mitigados".
Boa parte dos recursos para estes investimentos será respaldado pelo aumento de capital de R$ 1,4 bilhão feito este ano, com a emissão de R$ 600 milhões em debêntures da MMX Sudeste e pelo empréstimo de R$ 3 bilhões do BNDES, em fase de análise no banco, que vai ser usado para expandir o projeto de Serra Azul. Segundo o executivo, a aprovação do financiamento do BNDES está na dependência da entrega da licença de instalação da barragem de rejeito das minas de Serra Azul, localizadas no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais.
O prejuízo da companhia em 2012 foi atribuído pelo presidente a uma baixa contábil de R$ 224 milhões feita no projeto de mineração do Chile, que foi suspenso, somado a uma queda nas vendas e no preço do minério no ano passado. A queda do Ebitda foi consequência de retração da produção e das vendas de minério, admitiu. Ele prevê para os próximos dois anos um preço do minério de ferro na faixa de US$ 100 a tonelada.
Este ano, a meta da MMX é produzir no mínimo o mesmo volume de minério de ferro do ano passado, de 7,4 milhões de toneladas de minério. Mas pretende se esforçar para cumprir a meta da licença de operação da primeira fase de Serra Azul, que é de produzir 8,6 milhões de toneladas de minério de ferro na região. "Este aumento da produção será possível porque vamos ter porto para embarcar o nosso minério já no final do ano".
A ideia de Gonzalez, que está desenhando o novo plano de negócios da mineradora, é "virar a página" da MMX, torná-la uma empresa 100% exportadora de minério e com atuação em negócios portuários, promovendo contratos de exportação com terceiros, como é o caso do contrato com a Usiminas.
O contrato feito com a concorrente Usiminas para embarcar minério pelo porto da MMX prevê o embarque de 3,2 milhões de toneladas de minério em 2013, 6,4 milhões de toneladas em 2014, mais 9,6 milhões de toneladas em 2015 e mais 9,6 milhões de toneladas em 2016. A capacidade inicial do porto é de 50 milhões de toneladas por ano.
Fonte:Valor Econômico/Vera Saavedra Durão e Luciana Bruno | Do Rio
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