Na abertura da assmbleia geral, presidente ressaltou que Brasil se comprometeu a reduzir entre 59 e 67% suas emissões, abrangendo todos os GEE e em todos os setores da economia
No discurso que fez nesta terça-feira (23) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a necessidade urgente de os países, principalmente os ricos, reduzirem seus gastos militares e investirem em programas para reduzir o impacto das mudanças climáticas, a carbonização e a temperatura do planeta. “Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática”, disse o presidente brasileiro.
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Lula lembrou que o ano de 2024 foi o mais quente já registrado e destacou a importância da realização em novembro em Belém, no Pará, da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30. “Será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta. Sem ter o quadro completo das Contribuições Nacionalmente Determinadas (as NDCs), caminharemos de olhos vendados para o abismo”, afirmou.
O presidente ressaltou que o Brasil se comprometeu a reduzir entre 59 e 67% suas emissões, abrangendo todos os gases de efeito estufa (GEE) e em todos os setores da economia. E que nações em desenvolvimento enfrentam a mudança do clima ao mesmo tempo em que lutam contra outros desafios. “Enquanto isso, países ricos usufruem de padrão de vida obtido às custas de duzentos anos de emissões”, declarou.
Segundo o governante brasileiro, exigir mais ambição e maior acesso a recursos e tecnologias não é uma questão de caridade, mas de justiça. “A corrida por minerais críticos, essenciais para a transição energética, não pode reproduzir a lógica predatória que marcou os últimos séculos”, disse Lula
Ele lembrou também os esforços que o país tem feito contra a devastação de suas florestas e do meio ambiente, com destaque para a Amazônia. “O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na região nos dois últimos anos”, informou. Ele anunciou em seu discurso o lançamento pelo Brasil do Fundo Florestas Tropicais para Sempre para remunerar os países que mantêm suas florestas em pé e que terá como objetivo fomentar o desenvolvimento sustentável. “É chegado o momento de passar da fase de negociação para a etapa de implementação”, enfatizou.
O presidente brasileiro disse ainda que “é necessário trazer o combate à mudança do clima para o coração da ONU, para que ela tenha a atenção que merece” e propôs a criação de um conselho vinculado à Assembleia Geral com força e legitimidade para monitorar compromissos e dar coerência à ação contra as mudanças climáticas. “Trata-se de um passo fundamental na direção de uma reforma mais abrangente da Organização, que contemple também um Conselho de Segurança ampliado nas duas categorias de membros”.
EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que discursou logo após Lula, condenou todos os projetos voltados para a redução dos impactos da mudança e rechaçou a solidariedade aos países pobres. Trump sugeriu que as nações mais ricas se recusem a fazer investimentos em busca de desenvolvimento com menos reflexos sobre o clima do planeta. “Estou dizendo que, se você não se livrar do ‘golpe da energia verde’, seu país vai fracassar”, afirmou.