O presidente da Enauta, Décio Oddone, afirmou que a companhia continua ativa na busca de aquisições de ativos em fase de produção e disse que o objetivo da empresa é construir um portfólio com geração de caixa sólida, mas também diversificada. A petroleira encerrou 2021 com cerca de R$ 3 bilhões em caixa.
Segundo o executivo, falta hoje no mercado brasileiro uma petroleira independente com “portfólio equilibrado” que inclua não só ativos em fase operacional como oportunidades de exploração de novas descobertas.
Ele afirma que empresas que focam apenas em campos maduros têm horizontes positivos de curto prazo, mas que há um limite para recuperação do campo. Por outro lado, companhias que operam somente ativos em fase de exploração não têm geração de caixa suficiente “para jogar o jogo da exploração”. Segundo o executivo, a Enauta reúne oportunidades no portfólio tanto na exploração quanto desenvolvimento da produção.
Oddone destaca que os ativos de Atlanta e Manati já garantem geração de caixa hoje para a empresa, mas que “ainda é pouco”. “Queremos aumentar a geração de caixa no curto prazo”, disse, durante teleconferência com analistas.
“Estamos olhando oportunidades. Não tivemos sucesso ainda, é verdade, mas os preços inflacionaram. Algumas transações não foram confirmadas devido à inflação dos preços dos ativos”, afirmou.
O presidente da Enauta comentou que não há necessidade de se precipitar e que a petroleira não busca incorporar novos volumes à carteira por si só. “Não adianta buscar volumes. Queremos gerar valor”, disse.
Ele acredita que as oportunidades de aquisição continuarão a surgir no mercado brasileiro nos próximos anos, seja por meio do programa de desinvestimentos da Petrobras, seja a partir da consolidação de um mercado secundário de ativos de outros players. “As oportunidades vão e vem”, comentou.
Questionado se a Enauta buscará ativos apenas na condição de operadora, Oddone afirmou que esta não é uma “condição irremovível” e que a empresa não descarta entrar em consórcios como não-operadora.
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Sergipe
Oddone afirmou que a perfuração de novos poços de exploração na costa do Sergipe só deve ocorrer a partir de 2023.
A companhia participa neste momento de uma campanha exploratória na região, em sociedade com a ExxonMobil, a operadora, e a Murphy Oil, a outra sócia do consórcio.
Questionado se a estratégia da Enauta é descobrir novas reservas para em seguida vender a sua participação, como ocorreu no caso de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, Oddone afirmou que ainda é prematuro comentar sobre o assunto.
“Primeiro vamos esperar os resultados [da exploração do ativo]”, disse, durante teleconferência com analistas.
Atlanta
Oddone destacou ainda que a decisão da estratégia de comercialização do sistema definitivo de Atlanta, no pré-sal da Bacia de Santos, ainda depende de uma avaliação sobre com o mercado evoluirá. Segundo ele, no entanto, contratar um agente comercializador é a opção “mais próxima”.
Ele cita, no entanto, que, hoje, existem opções no mercado brasileiro, ao citar a aquisição da Refinaria Mataripe (ex -Landulpho Alves), na Bahia, pela Acelen, do fundo Mubadala.
“Nossa estratégia vai depender de como mercado for evoluindo... Hoje parece mais próximo refazermos a licitação para contratação da comercialização do óleo de Atlanta”, disse, durante teleconferência com analistas.
Para o sistema de produção antecipada de Atlanta, a Enauta havia contratado a Shell para realização da comercialização.
Fonte: Valor