Seja quem for eleito presidente da República, em outubro, o novo governo precisará manter a agenda atual da indústria de petróleo e gás natural do país. A avaliação é do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Uma das prioridades da agenda é a manutenção do calendário de licitações de áreas exploratórias de petróleo e gás, o que garante a sustentabilidade da cadeia do setor. De acordo com a última decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em junho, estão previstos leilões regulares até, pelo menos, 2021.
"A decisão de qual vai ser a filosofia que vai governar o país vai ser definida na eleição e vamos continuar com a coerência com a nossa agenda", afirmou o presidente do IBP, José Firmo. "Vimos, nos últimos dois anos, o que é necessário e o que é possível fazer para manter a atratividade dos investimentos no Brasil. Obviamente que a gente acredita na continuidade dessa agenda".
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Os recentes ajustes no marco regulatório do setor petrolífero, como a extensão do regime aduaneiro do Repetro, o aperfeiçoamento das regras de conteúdo local e o fim da obrigatoriedade da Petrobras como operadora única no pré-sal, atraíram um grande número de petroleiras, nacionais e estrangeiras, que desembolsaram R$ 21,1 bilhões nos últimos cinco leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Esse é o mesmo apetite que o IBP prevê para a próxima Rio Oil & Gas, maior evento da indústria petrolífera da América Latina e um dos principais da agenda mundial do setor, que ocorrerá na última semana de setembro, às vésperas da 5ª Rodada do Pré-sal e uma semana antes do primeiro turno das eleições.
Não à toa, o instituto prevê um crescimento de 20% do número de visitantes da feira, em relação à última edição, em 2016, no olho do furacão das crises econômica brasileira e petrolífera mundial, totalizando agora 41 mil pessoas. Na mesma comparação é aguardado um crescimento de 22% do número de participantes do congresso, para 5 mil pessoas.
Na rodada de negócios que será promovida pelo Sebrae, a expectativa é de um crescimento de 30% do volume de negócios firmados, que havia alcançado R$ 181 milhões na edição de 2016.
"Em 2016, tínhamos uma recuperação potencial. Agora temos uma recuperação real. Os efeitos da recuperação já estão em andamento. As rodadas foram realizadas com muito sucesso nos últimos dois anos. Há a previsão de início de atividade exploratória. Os negócios que foram fechados no Brasil já começaram a gerar a próxima onda de crescimento", disse Firmo.
Segundo o secretário-geral do IBP, Milton Costa Filho, um dos destaques do congresso será a inclusão de um quinto bloco de debates dedicado à Tecnologia Digital. Até então, a Rio Oil & Gas tinha quatro blocos tradicionais: Exploração e Produção, Gás e Energia, Dowstream (Refino e Abastecimento) e Gestão da Indústria.
"É o único congresso de petróleo no mundo que tem um bloco dedicado à tecnologia digital. Essa questão será muito forte nesse evento", disse Costa Filho.
Os executivos do IBP também destacaram o potencial de geração de valor que o evento proporciona à capital fluminense. Uma pesquisa feita com relação à Rio Oil & Gas de 2014 indicou que o evento trouxe R$ 200 milhões de geração de valor para a cidade. "Esse é o maior evento de negócios do Rio de Janeiro", completou Costa Filho.
Fonte: Valor