Rio de Janeiro - A interação e as parcerias sino-brasileiras firmadas na última década ampliaram a corrente de comércio entre o Brasil e a China de US$ 2,5 bilhões, em 2000, para cerca de US$ 70 bilhões, no ano passado. Em 11 anos, deu um salto brutal, disse hoje (12) à o diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Kevin Tang.
O clima é muito favorável [para as relações comerciais] entre os dois países e, agora, a gente também vê os investimentos chineses aumentando no Brasil, declarou. A entidade acaba de abrir um escritório em Salvador (BA), totalizando dez unidades no país, e considera a capital baiana a porta de entrada no Nordeste para novas possibilidades comerciais bilaterais.
As exportações brasileiras para a China são lideradas pelas agrícolas e minerais, com destaque para soja, minério de ferro e petróleo e, eventualmente, alimentos. Kevin Tang assegurou que esses são setores estratégicos para a China, que tem interesse em investir também nessas áreas no Brasil.
Ele lembrou que além dessas áreas, empresas chinesas já estão investindo em distribuição de energia no Brasil e nos setores automotivo e de máquinas e equipamentos voltados, em especial, para a construção civil e o eletroeletrônico. Porque são áreas onde a indústria chinesa já está mais madura e tem uma presença no mercado internacional relativamente forte.
Com isso, observa-se grande volume de vendas de produtos da China no Brasil que justifica, segundo o diretor da CCIBC, a instalação de montadoras e unidades fabricantes de máquinas no país. Tang enfatizou que a cidade de Salvador pode significar uma porta de entrada para investimentos chineses no Nordeste. É a região que mais cresce no Brasil. Além disso, destacou que o estado é muito rico. Ali estão em funcionamento polos automotivo e petroquímico. A Bahia é forte também nas áreas de logística, mineração e produção agrícola, ressaltou. Temos aí alguns setores em que a China tem sinergia para investir.
As exportações baianas para a China cresceram 23,23 no ano passado em comparação a 2010, atingindo US$ 1,3 bilhão. As importações feitas da China para a Bahia também mostraram expansão de 27,75 em relação ao ano anterior, somando US$ 553 milhões. A expectativa da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China é que esses números continuem a crescer este ano, apesar das incertezas no mercado internacional.
Apesar de todas as dificuldades, o que a gente está enxergando é que não só o comércio, como os investimentos de empresas chinesas no estado vão se multiplicar, em 2012. Depois da Bahia, Tang vê oportunidades de negócios entre o Brasil e a China também em Pernambuco, que considera um mercado estratégico, com investimentos maciços ocorrendo em petróleo, estaleiro e refinaria, entre outras áreas. Ele citou, ainda, Minas Gerais e o Rio de Janeiro entre outros estados que despertam o interesse dos chineses.
Fonte: MS Notícias/Alana Gandra
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