A queda do PIB industrial, provocada pelo aumento da entrada de produtos importados no país, preocupa representantes do setor e serve de alerta para a necessidade de mudar a política econômica com ações que valorizem a produção nacional.
A avaliação é de representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria), da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do SindusCon-SP (indústria da construção civil).
No terceiro trimestre deste ano, o PIB da indústria teve queda de 1,3% na comparação com o trimestre anterior.
"A demanda aumentou e a produção industrial diminuiu. O crescimento da demanda vem sendo atendido pelos importados. Isso é um efeito claro da taxa de câmbio valorizada, que barateia artificialmente o produto importado, prejudicando a produção e o emprego", diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o menor ritmo de expansão da economia entre julho e setembro deste ano (em relação aos dois trimestres anteriores) confirma o processo de desaceleração da atividade.
"O câmbio hoje prejudica muito a indústria nacional. Mas temos também a questão dos juros. O aumento dos compulsórios dos bancos retirou recursos do mercado financeiro, reduzindo a expectativa do empresário em relação ao mercado interno", diz.
Na opinião de Eduardo Zaidan, diretor do SindusCon-SP, a perda de dinamismo da economia é "preocupante". Em 2011, o setor deve crescer 6%, ante 11% previstos para este ano.
"Se não houver medidas rápidas para juros, câmbio e inflação, o Brasil corre o risco de ser produtor de produtos primários. O país não pode se dar o luxo de não ter uma indústria de transformação forte para atender os 190 milhões de brasileiros e gerar empregos e renda."
Fonte: Folha de São Paulo/CLAUDIA ROLLI/DE SÃO PAULO
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