Brasília Os partidos de oposição decidiram ontem pedir abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista no Congresso para investigar a Petrobras. Liderados pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato do PSDB à Presidência, os oposicionistas vão buscar apoio de deputados e senadores governistas para que a comissão seja instalada.
A ideia do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade é reunir as 27 assinaturas necessárias no Senado e as 171 na Câmara para que a CPI seja mista, com deputados e senadores. Se a comissão mista não se viabilizar, a oposição vai tentar criar comissões de inquérito separadas, uma em cada Casa Legislativa.
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Os oposicionistas precisam do apoio de governistas para viabilizar a CPI porque, sozinhos, não têm número mínimo de congressistas para criar a comissão. "É possível ter no Senado o número necessário de assinaturas para que as investigações ocorram. Buscamos apoio de senadores que são da base do governo. Instalaremos a CPI na Câmara, no Senado ou a mista no primeiro lugar em que alcançarmos o número mínimo", disse Aécio.
No Senado, os oposicionistas dizem que vão conseguir o apoio de 28 senadores para instalar a comissão. A conta inclui os quatro integrantes do PSB, partido que desembarcou do governo federal depois que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) decidiu lançar seu nome ao Planalto.
O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), disse que vai assinar o pedido de criação da CPI, mas os demais membros do partido não confirmaram apoio. Outra dissidência esperada é de senadores do PMDB, além dos tradicionais oposicionistas Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o que poderia somar as 28 assinaturas esperadas pela oposição. "Não vamos deixar de apoiar uma comissão de inquérito. Estamos diante de fatos graves", disse Rollemberg.
A opção pela CPI mista se tornou mais viável porque a Câmara segue uma "fila" de CPIs que estão à espera de instalação. Para furar a fila, os oposicionistas teriam que conseguir 257 assinaturas, enquanto a mista só precisa do número mínimo de 171 assinaturas estabelecidas pelo regimento.
O presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), disse que não terá dificuldades para reunir as 171 assinaturas necessárias na Câmara. Até agora, os oposicionistas têm o apoio de 110 deputados.
O Planalto reforçou ontem os apelos para que os líderes da base aliada na Câmara não apoiem a investigação. O tema foi puxado pelo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pedindo para os parlamentares evitarem apoiar medidas para a CPI da Petrobras "furar a fila" de pedidos de investigação.
A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal (CMA) e a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE) aprovaram ontem convite para que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidente da Petrobras, Graça Foster, participem de audiência pública para esclarecer denúncias sobre a aquisição da refinaria Pasadena.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)