A Petrobrás informou nesta quinta-feira, 9/4, à Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) que 53 trabalhadores da plataforma Macaé-RJ, operada pela SBM a serviço da estatal, foram infectados com o novo coronavírus (Covid-19). A unidade está instalada na Bacia de Campos. Segundo a Sesa, 29 desses empregados foram isolados em um hotel e estão sendo monitorados por uma equipe própria da empresa. Não foi informado o estado de saúde dos trabalhadores.
Os demais tripulantes da plataforma, cerca de mais 50 pessoas, também foram transferidos para o mesmo hotel, onde cumprirão um período de isolamento. "O serviço de saúde que realizou os testes ainda vai notificar os casos para os estados de origem de cada paciente", disse a Sesa em nota.
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A Petrobrás informou que a SBM é a operadora da plataforma e que nenhum dos infectados é seu empregado. Em meados de março, a companhia anunciou uma série de medidas de proteção que seriam tomadas para seus colaboradores, tanto contratados como terceirizados.
Entre outras medidas, a Petrobrás reduziu o número de trabalhadores nas plataformas marítimas, alterou o horário dos turnos e passou a aferir a temperatura antes dos embarques para as unidades. Todas as viagens para o exterior foram suspensas e no Brasil apenas as muito essenciais estão sendo realizadas. A companhia também adotou o trabalho remoto para todo o efetivo que não precisa estar na operação.
A última informação sobre casos de empregados infectados foi divulgada pela Petrobrás no dia 26 de março, quando havia 17 colaboradores com coronavírus. Segundo uma fonte que pediu anonimato, atualmente já são 45 casos.
“Reforçando nosso compromisso com o cuidado e proteção dos nossos colaboradores, incluindo seus familiares e pessoas próximas, a Petrobras não vai informar quando um colaborador tiver confirmação ou complicações decorrentes da Covid-19”, disse a Petrobrás em nota ao Estadão/Broadcast. “A companhia entende que, em linha com nosso valor e respeito às pessoas, a garantia da privacidade e do sigilo médio se sobrepõe nessas situações”, completou.
Em nota, a SBM confirmou a contaminação na plataforma de um “número significativo” de tripulantes em “um dos seus FPSOS no Brasil”, sigla para Unidade Flutuante de Produção, Armazenagem e Transferência (FPSO, na sigla em inglês). A empresa de afretamento disse ainda que “mantem contato próximo com as autoridades brasileiras e com o cliente Petrobras para gerenciar a situação”.
Em meados de março, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Adyr Tourinho, já manifestava a preocupação com o risco de contágio nas plataformas de petróleo offshore. Ele temia que a disseminação da doença reduzisse a mão de obra disponível, o que poderia afetar a produção de petróleo do País.
Fonte: Estadão