A Petrobras realizou ontem as Assembleias Gerais Extraordinária e Ordinária em que serão votados os nomes dos novos integrantes do conselho de administração. Também deve ser votado o novo Estatuto Social, que reduz de sete para seis o número de diretores executivos e extingue o cargo de conselheiros suplentes, por orientação do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST), vinculado ao Ministério do Planejamento. A reunião está marcada para começar às 15h.
O governo indicou para a presidência do conselho Luiz Nelson Carvalho, que já ocupa o lugar deixado por Murilo Ferreira, presidente da Vale. As outras indicações de Brasília são Durval José Soledade Santos, ex-superintendente da BNDESPar e ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e Jerônimo Antunes, especialista em contabilidade e auditoria, doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA-USP.
PUBLICIDADE
Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis, que foi eleito como suplente e atualmente preside o comitê de remuneração e sucessão, foi indicado pela União para uma vaga permanente no conselho. O advogado, especialista em direito societário, mercado de capitais e governança corporativa, passou a ocupar uma vaga de titular no conselho com a ida de Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho para o cargo de ministro da Controladoria Geral da União (CGU). Roberto Castello Branco, da FGV e ex-diretor da Vale, não teve o nome indicado para reeleição. Ex-executivo da mineradora e do Banco Central, Castello Branco teria irritado o governo pelo grande número de contestações que tem feito no conselho a respeito da gestão e do plano de venda de ativos.
Entre as propostas a serem votadas na assembleia está a proibição de reeleição de conselheiros "como boa prática de governança corporativa e que veda a ocupação da função de presidente do conselho e de presidente da companhia". Contudo, o governo indica o nome do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que integra o conselho de administração da Petrobras desde 2008, para um novo mandato no conselho.
Walter Mendes de Oliveira e Guilherme Affonso Ferreira devem ser reeleitos como representantes dos acionistas minoritários detentores de ações preferenciais e ordinárias no conselho de administração. Eles foram indicados por um grupo de investidores que reúne a AMUNDI Asset Management; Aviva Investors, BMO Global, British Columbia Investment Management Corporation e a Caisse de Dépôt et placement du Québec, entre outros, e também pelo minoritário Reginaldo Ferreira Alexandre. A Charitas Administração propôs a reeleição de Guilherme Affonso Ferreira representando os detentores de ações preferenciais. O Banco Clássico, maior acionista brasileiro da Petrobras, indicou seu vice-presidente, José Pais Rangel, para o conselho fiscal da estatal, através do FIA Dinâmica Energia.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio